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Juros dos bancos estão mais altos

Pelo quarto mês consecutivo os juros para as pessoas físicas aumentaram. Pesquisa realizada mensalmente pelo Procon-SP mostra que as pessoas que precisaram recorrer a empréstimo pessoal e ao cheque especial pagaram, em média, juros 0,02 ponto porcentual e 0,04 ponto mais altos, respectivamente, em agosto

Por Marcelo Moreira
Atualização:

Paulo Darcie

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Pelo quarto mês consecutivo os juros para as pessoas físicas aumentaram. Pesquisa realizada mensalmente pelo Procon-SP mostra que as pessoas que precisaram recorrer a empréstimo pessoal e ao cheque especial pagaram, em média, juros 0,02 ponto porcentual e 0,04 ponto mais altos, respectivamente, em agosto. Em apenas um dos bancos pesquisados houve queda de taxas.

A taxa média para o crédito pessoal ficou em 5,44% ao mês, e para o cheque especial em 9,10%. Os aumentos são reflexo da alta da taxa básica de juros (Selic), que foi elevada em 0,5 ponto porcentual na última reunião do Comitê de política Monetária (Copom).

No entanto, para a técnica do Procon-SP, Cristina Rafael Martinuci, os juros para o consumidor não têm subido na mesma proporção que a Selic, porque outros fatores influem nesse movimento. "As taxas estão elevadas e o reflexo nos produtos bancários é imediato. Mas seu tamanho depende das perspectivas do banco quanto ao risco de inadimplência", lembra ela.

Segundo o professor de finanças da Faculdade Trevisan, Alcides Leite, até o final do ano as taxas de juros não devem sofrer grandes alterações. "O ritmo de crescimento da economia diminuiu, o que leva a um melhor controle da inflação, não sendo necessário aumentar a Selic. Se subir, será pouco." Para Leite, colabora ainda para a contenção das taxas do empréstimo pessoal e do cheque especial o fato de que pessoas que têm um destino certo para o crédito estarem procurando melhores opções, a juros mais baixos. "Há uma certa migração para financiamentos."

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A pesquisa do Procon foi feita em agências, no dia 3 de agosto. Ela se refere às taxas máximas oferecidas a clientes não preferenciais, ou seja, correntistas que não têm um maior relacionamento com o banco - como já ter contratado outros produtos e histórico de bom pagador. Mesmo assim, para Cristina, a negociação com os gerentes pode resultar em melhores taxas. "Vale a pena negociar e ter uma boa relação com o banco. Se a política dele for de expandir a base de clientes, é mais fácil conseguir algum benefício nas taxas."

Na hora de contrair crédito, além de pesquisar e negociar com gerentes, é preciso saber exatamente que produto está contratando. "Deve-se estar ciente das taxas, prazo e garantias que o banco exige antes de assinar contrato", diz Cristina.

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