Fiat não tem peça para recall

Cubos para roda do Stilo estão vindo da Europa. Convocação só deve ter início na próxima semana

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Por Marcelo Moreira
Atualização:

MARCELO FENERICH - JORNAL DO CARRO - JORNAL DA TARDE

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Como a Fiat do Brasil ainda não tem os cubos de aço forjado para o reparo nas rodas traseiras do Stilo, as peças estão sendo trazidas da Europa de avião. Segundo o Procon, o consumidor deve esperar mais um pouco. A montadora garante que os componentes chegarão ao País na próxima semana, quando deve iniciar o recall.

Na terça-feira o Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC) determinou que a Fiat deve trocar os cubos de ferro fundido das rodas traseiras do Stilo.

O órgão chegou à conclusão que o uso do material nessa peça é inadequado e teria provocado o desprendimento das rodas de várias unidades do modelo e, consequentemente, diversos acidentes - com pelo menos oito vítimas fatais. Todos os Stilo sem freios ABS feitos desde abril de 2004 devem ser convocados.

O diretor de Comunicação da Fiat, Marco Antonio Lage, conta que os cubos de aço não são produzidos no Brasil pois equipam apenas carros de grande porte ou de luxo. "Estamos trazendo as peças de fornecedores da Itália e da Alemanha", disse.

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"Faremos a convocação para tranquilizar nossos clientes, mas reiteramos que o componente não tem o defeito que está sendo apontado", afirmou Lage.

O assessor técnico da Fiat, Carlos Henrique Ferreira, corrobora a afirmação. "No Brasil, a maioria dos veículos utiliza cubos de ferro fundido nas rodas traseiras. Aliás, no mundo todo os carros têm esse material também nas rodas dianteiras, as mais solicitadas."

Segundo Ferreira, a Fiat está fazendo de tudo para que a convocação ocorra o mais rapidamente possível, mas continua contestando a decisão do Ministério Público. "Não tivemos acesso ao laudo (do Cesvi Vamos fazer o reparo por respeito aos nossos clientes. Porém, as discussões técnicas não acabarão assim." Foi a partir desse laudo que o DPDC determinou que a marca deve efetuar o recall. O departamento, por sua vez, alega que todos os documentos foram entregues à Fiat.

Procurado pela reportagem do JT, o Cesvi não quis dar detalhes sobre os estudos. O Procon informa que embora a lei determine que o recall deve ser imediato, há medidas que não têm como ser feitas "do dia para a noite". Anteontem, o diretor Ricardo Morishita dissera que se a Fiat não agilizasse o processo, seriam tomadas providências.

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