Texto de Maíra Teixeira
"Consumir sem consumir o mundo em que vivemos", esse é o pensamento que deve nortear as ações do consumidor consciente e as entidades ligadas à educação para o consumo difundem. Mas não significa apenas utilizar os bens, produtos e recursos de maneira consciente. Significa que tudo tem começo meio e fim e, caso não utilizemos os recursos não renováveis de maneira sustentável, chegará uma hora em que a falta deles será insubstituível e, o pior, nem com o avanço da tecnologia será possível refazê-los.
No entanto, essa consciência não ocorre da noite para o dia, mas gradualmente. A palavra de ordem nesse caso é programação - tudo deve ser programado antes de ser construído, comprado, consumido. Aprenda e difunda essa idéia entre familiares, vizinhos e com quem você convive. A sustentabilidade do Planeta agradece.
Para Maluh Barciotte, consultora sênior do Instituto Akatu (www.akatu.org.br), o consumidor tem hoje inúmeras fontes de informação que ensinam como evitar o desperdício e a melhor utilização e aproveitamento de recursos. "Vários sites de empresas trazem dicas e ensinam como evitar o desperdício."
"O consumidor hoje tem muita informação. O mais importante é que quando a pessoa percebe que gasta mais do que deve, e isso tem ocorrido com freqüência, procura a informação porque quer virar protagonista disso, quer ajudar de alguma forma", ressalta.
Segundo o Instituto Akatu, já consumimos 20% a mais do que a Terra consegue renovar. Se a população do mundo passasse a consumir como os americanos, seriam necessários mais três Planetas para garantir produtos e serviços básicos como água, energia e alimentos para todo mundo.
Novos hábitos e atitudes
Um dos principais recursos do nosso Planeta é a energia elétrica. Ela nos dá um banho quente, ilumina as ruas e faz os eletrodomésticos funcionarem. E também faz com que as indústrias produzam.
Algumas maneiras conscientes de utilização da luz, podem ser encontradas no site da CPFL Energia (www.cpfl.com.br), da Eletropaulo (www.eletropaulo.com.br) ou Elektro (www.elektro.com.br). Adote atitudes e hábitos inteligentes e utilize equipamentos elétricos de maneira correta, seguindo o manual do fabricante.
Utilize equipamentos eficientes. Na hora de comprar, verifique se o equipamento tem o selo do Inmetro/Procel. Este selo indica que o aparelho consome menos energia.
Faça projetos inteligentes. Ao reformar ou projetar sua casa, utilize soluções criativas que podem ajudar na redução do seu consumo de energia. "Projete os ambientes utilizando o máximo possível de luz natural, paredes pintadas com cores claras e com melhor isolamento térmico, ventilação adequada, circuitos elétricos bem dimensionados e a forma de aquecimento de água mais adequada à sua necessidade", ensina Maluh Barciotte , do Akatu.
Gás: energia limpa, mas com acúmulo de calor
O gás natural veicular (GNV) que muitas pessoas recebem por meio de um encanamento em casa ou em edifícios comerciais e industriais, é uma das formas de energia em ascensão no mundo. O principal motivo disso é que é considerado uma energia limpa, pois não polui. Mas nem por isso é um bem infinito. Na realidade, a questão do gás precisa ser planejada porque a sua utilização aumenta o calor da Terra.
"O consumo de gás deve ser diminuído porque há um forte impacto ambiental, aumento no aquecimento global sem falar na dificuldade de extração", explica Maluh Barciotte, do Akatu.
Ela destaca que para utilizar melhor o recurso também é preciso pensar antes de construir. "Os prédios funcionam como 'estufas' porque são cercados de vidros, que fazem com que o calor se concentre no interior. O ar não circula e tudo deve ser programado. "Consumidor consciente tem de programar as coisas no longo prazo. "Conforto excessivo é uma coisa insustentável."
No site da Comgás (www.comgas.com.br) há um link com o passo-a-passo da economia.
O bem que sai pela torneira
Para evitar que água seja desperdiçada, cada um deve fazer a sua parte e ajudar na utilização responsável desse recurso que estamos acostumados a ver sair das torneiras de maneira fácil. Pequenas mudanças de hábito ajudam muito.
Segundo o Instituto Akatu, a mudança de atitude é essencial. "As pessoas, em geral, tomam banhos muito longos e isso além de consumir muita água gasta muita energia para esquentar litros e litros desse líquido. A atitude de diminuir o tempo de banho tem um resultado benéfico em dobro."
Aquele hábito de lavar o quintal e a calçada com esguicho deve ser abolido. "É fácil, varre-se o local com uma vassoura e depois jogue com um balde a água necessária para lavar o local."
Quem vai construir, deve pensar em sistemas inteligentes de consumo, principalmente em condomínios. "Hoje, existe uma série de métodos que podem auxiliar na economia doméstica. Há descargas inteligentes, que utilizam menos água e até sistemas que descartam os dejetos de acordo com o seu volume. Elas vêm com dois botões: um para urina e outro para as fezes." Outras opções são a captação da água da chuva para molhar plantas, a permeabilizar dos quintais, que faz com que a água da chuva escoe para a terra, ajudando a evitar enchentes. "As pessoas têm mania de cimentar tudo. As casas precisam de um espaço que seja de terra, nesse caso, terra representa saúde."
Outro ponto importante, utilizar água de reúso. "A dona de casa pode utilizar a água que sai da máquina de lavar roupas para lavar o quintal, por exemplo."
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