Ensine os pequenos a consumir

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Por crespoangela
Atualização:

Texto de Maíra Teixeira

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Quer dar e ganhar mais do que um sorriso da criança no dia dela? Dê educação. Márcia Christina Oliveira, técnica do Procon-SP, afirma que, quanto mais nova a criança, melhor para os pais incentivarem o gosto pelos brinquedos educativos que, por exemplo, podem estimular a coordenação motora. "Nem sempre é possível convencer o filho, mas é preciso tentar, dar outras opções."

Construa os brinquedos

Uma boa atividade que pode ser educativa é ajudar a própria criança a construir brinquedos. Assim, ela terá de usar sua criatividade e passará a ter mais respeito com as coisas em geral. Vale fazer fantoches e minipalcos para contar as histórias com as mãos, carrinhos, balanços, letras para alfabetização em tecido emborrachado, jogos de tabuleiro, etc. Além de envolver a criança nesse processo de criação, é possível desenvolver capacidades e atitudes como a noção de organização, responsabilidade de cada um na tarefa entre outras situações.

Educando

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É papel dos pais tentar fazer com que a criança não se iluda ou seja seduzida pelas propagandas. "As crianças são muito suscetíveis à publicidade, mas os pais podem trabalhar valores opostos dentro de casa. É preciso sensibilizar e conversar com a criança, passando valores reais e opostos ao consumismo que vivemos", diz Valéria Rodrigues Garcia, diretora de Estudos e Pesquisas do Procon-SP.

Aproveite a data, então, para ensinar e aprender um pouco sobre noções de consumo consciente.

"A educação para o consumo ensina conceitos e ajuda a criança a entender e se sentir responsável pelo que consome. Hoje, é difícil fazer os pequenos entenderem que não precisam ter todos os produtos que são anunciados na tevê. Mas isso não é impossível", explica Valéria.

Para ela, esse trabalho de aprendizagem tem de ser conjunto entre pais, filhos, professores e as escolas de um modo geral.

O Procon-SP possui um serviço gratuito de capacitação de professores para ensinar, em sala de aula, noções de sustentabilidade e educação para o consumo. Para agendar um dia de curso para professores de escolas é só enviar um e-mail para edu.consumo@procon.sp.gov.br ou ligar para 11-3824-7064. Há também possibilidade de capacitar grupos de organizações não-governamentais que queiram ser multiplicadores desse tipo de conhecimento.

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Piratas fazem mal à saude e ao País

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De janeiro até setembro deste ano cerca de 227 mil brinquedos foram falsificados, segundo a Associação Protetora dos Direitos Autorais. Isso significa que a indústria brasileira de brinquedos deixou de arrecadar mais de R$ 2,7 milhões.

Mas o prejuízo não é composto apenas por esses números. "Enquanto caminhamos 1 quilômetro, falsificadores e contrabandistas caminham 100 quilômetros", revela Marcio Vaz Guimarães de Souza Netto, secretário-executivo do Comitê Intersecretarial de Combate à Pirataria do Estado.

"As pessoas precisam tomar consciência de que quando compram produtos piratas estão financiando esse tipo de negócio, que além de fazer com que o País perca em arrecadação, contribui muito para o fechamento de empresas idôneas, que contratam corretamente seus funcionários e utilizam materiais de qualidade e em conformidade de produção."

Para Carlos Felice, responsável pelo serviço de inteligência da Divisão de Investigações Gerais (DIG), o mais grave da compra de brinquedos piratas é o perigo que eles representam à saúde da criança que vai utilizá-lo. "Enquanto a empresa que produz o brinquedo leva meses para desenvolvê-lo de acordo com as normas de segurança e faz inúmeros estudos para garantir a sua boa utilização, o falsificador faz tudo em 10 minutos, faz de qualquer forma e com pouquíssimo investimento."

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Outro aspecto negativo é que o consumidor não vai achar ninguém que aceite uma reclamação de um produto que não passa de uma imitação ilegal. "Sem falar na questão da saúde. Temos visto ocorrências graves de brinquedos, principalmente bonecas, que vêm com maquiagem. A menina passa aquilo no rosto e fica com uma série de problemas dermatológicos." Segundo Felice, no caso de falsificação de cosmético, o crime que o "pirata" comete é considerado hediondo, por atentar contra a saúde pública. "Comprar e vender produtos piratas é de uma tremenda irresponsabilidade porque alimenta um ciclo vicioso de crimes diferentes."

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