Emprego garantido. Desconfie

PUBLICIDADE

Por crespoangela
Atualização:

Coluna de Josué Rios, publicada em 24/10/06

PUBLICIDADE

A última das agências de emprego é investir na ingenuidade ou no desespero do desempregado do interior ou de cidades pequenas de outros Estados.

Um caso recente ocorreu com o irmão do sr. Furtado, o Consumidor, que mora numa pequena cidade baiana. Josias o nome da vítima. Este, economista e à caça de emprego, recebeu telefonema de uma agência localizada em São José dos Campos, São Paulo, a qual informava que tinha em mãos o currículo do irmão do sr. Furtado, e uma empresa da mencionada cidade paulista tinha a vaga ideal para o perfil do longínquo desempregado.

Mais: a agência de emprego tinha pressa e, por isso, para não perder a vaga, Josias deveria viajar até São José dos Campos para entrevista imediata com o empregador. E quem seria ele? Uma multinacional que, além de bom salário, oferecia benefícios de cair o queixo do irmão do sr. Furtado e de toda a família.

Publicidade

Só que, alertado pelo irmão mais velho, Josias, antes de viajar, fez por telefone um interrogatório de policial ao funcionário da agência e, aos poucos, a pilantragem começou a surgir. Por exemplo, o funcionário interrogado já não falou mais de vaga garantida na multinacional, mas apenas disse que havia boa chance de o candidato obter o emprego.

Mesmo assim o representante da agência mentiu sobre o pagamento: não disse ao irmão do sr. Furtado que é prática das arapucas do gênero esperar que o consumidor venha de longe até a sede da agência, para, só aí, abrirem a mala da esperteza - ou seja, forçarem a venda do produto.

Qual? O oferecimento do serviço de recauchutagem do currículo do desempregado e de um curso rápido (e fajuto) de aperfeiçoamento profissional (mais uma chantagem para extorquir dinheiro do consumidor).

O questionamento que o irmão do sr. Furtado fez à agência o livrou de viajar até São José dos Campos - caiu a ficha sobre a malandragem do emprego fácil! Mas se você, leitor, acha que páginas da vida como as de Josias não existem, leia a carta publicada no JT (17/10), coluna Advogado de Defesa e verá que um consumidor de Uberaba (MG) acreditou na promessa milagrosa de uma agência paulistana e veio à Paulicéia sonhando assinar a papelada da vaga certa: quebrou a cara! Ou "caiu numa furada", como disse ao JT o filho do consumidor mineiro, acrescentando: "Meu pai gastou R$ 300 com despesas por conta da viagem - e continua desempregado."

Importante: quem sair de sua cidade e for enganado por alguma agência pilantra tem o direito de ser ressarcido das despesas com a viagem e até obter indenização por dano moral - o direito pode ser reclamado no Juizado Especial Cível da cidade onde a vítima do dano reside.

Publicidade

>

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.