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É preciso sair do piloto automático

Por crespoangela
Atualização:

Texto de Eleni Trindade e Maíra Teixeira

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Os consumidores precisam de um novo conceito no ato da compra: o do não desperdício. E o primeiro questionamento é procurar saber se aquele produto que não serve mais para você poderá ser útil a outra pessoa. Debater o que fazemos com o lixo que produzimos foi o tema do último seminário de Educação para o Consumo II, ocorrido na última quarta-feira.

O evento foi promovido pelo JT, com patrocínio da Serasa e apoio do Instituto Akatu pelo Consumo Consciente. Géssica Ellen, coordenadora de Comunicação do Akatu falou sobre desperdício e quais os impactos do descarte para o meio ambiente e a sociedade.

"Para começar, peguei a definição do dicionário de o que é desperdício. 'Ato ou efeito de desperdiçar, esbanjar, uso sem proveito, perder, dilapidar. Vem do latim e significa perdição, destruição e ruína' e é exatamente isso que a gente faz quando está desperdiçando", afirmou. "Mas a gente não se dá conta de como o desperdício é forte porque a gente desperdiça uma série de coisas ao longo do dia."

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Para conseguirmos combater o desperdício, acredita Géssica, temos de ter consciência de que um produto não é só um produto, mas sim um bem que para ser criado consumiu uma série de matérias-primas. "De onde vem tudo o que a gente consome? Tudo vem da natureza e tudo que a gente não quer mais ou que a gente já consumiu, de alguma maneira volta para a natureza", destaca ela. "Hoje as pessoas já consomem 25% mais do que a capacidade da Terra tem de se renovar e isso significa que se mantivermos o atual padrão de consumo, no futuro as pessoas não terão acesso aos bens e recursos que temos hoje."

A questão é, enfatiza a consultora, repensar o que está sendo feito no presente para que a Humanidade consiga ter melhores condições de vida no futuro. "Esse modelo de produção e consumo adotado pelo homem nas últimas décadas não está funcionando e tem de mudar, mas o que isso tem a ver com o desperdício?", questiona. "Tudo a ver, pois quando desperdiçamos um produto, estamos desperdiçando também toda a cadeia que está por trás daquela mercadoria e isso significa perder matéria-prima, água e energia elétrica."

E repensar significa mudar de atitude no dia-a-dia. "A gente entrou no piloto automático e precisa fazer reflexões. Por exemplo: quando compramos lanches em redes de comida rápida, recebemos um quantidade enorme de embalagens para um produto que será consumido de imediato e todos os papéis e saquinhos vão para o lixo. É desperdício."

Outro produto altamente poluente é a sacolinha plástica do supermercado, cita ela. "Antigamente, as pessoas usavam sacos de papel ou caixa de papelão, mas com essa nova embalagem produzimos muito lixo, em torno de 10% de todo o lixo do País, já que no Brasil são produzidas 200 mil toneladas de plástico filme, o material da sacolinha."

Para Géssica, esses dados mostram os impactos do consumo humano na natureza e são o ponto de partida para a mudança de comportamento. "Quando você percebe que será afetado por um problema que você criou de uma certa forma, sua atitude pode mudar e colaborar, uma vez que pequenas atitudes fazem a diferença ao longo da vida de qualquer pessoa."

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"Se várias pessoas fizerem a mesma coisa, a gente consegue realmente mudar o mundo com aquela sementinha boa que o Akatu, em sua missão, está querendo depositar dentro de cada um", finaliza.

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