Crescem queixas contra telefonia móvel

FLAVIA ALEMI

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Por Marcelo Moreira
Atualização:

 Um mês e meio depois do início do cerco da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) às operadoras de telefonia móvel, o número de reclamações continua crescendo. É o que indicam os dados divulgados pela Fundação Procon de São Paulo desta semana. Segundo o órgão, a média de queixas mensais das empresas subiu 20,8% entre 3 de agosto e 2 de setembro.

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Das empresas pesquisadas, a TIM foi a que teve o pior desempenho. Entre janeiro e junho deste ano, a média mensal está em 221. Somente no último mês, o total de reclamações foi de 354, ou seja, houve um aumento de 60%. A segunda pior foi a Oi, com um aumento de 17%. Em seguida vem a Vivo, com 6%, e a Claro, com 1%.

De acordo com o diretor executivo do Procon-SP, Paulo Arthur Góes, as ações recentes da Anatel podem ter contribuído para estimular o consumidor a manifestar sua insatisfação com as operadoras. Isso não significa, porém, que as medidas da agência não deram certo. "Ainda é muito cedo para afirmar, mas esses dados mostram que os investimentos das operadoras não foram suficientes. Precisamos monitorar a conduta dessas empresas nos próximos meses para dar um diagnóstico correto sobre o setor."

A TIM informou, por meio da sua assessoria de imprensa, que "investe na melhoria de processos, mudanças estruturais e em qualidade de rede e que está constantemente realizando treinamentos e reciclando os conhecimentos dos seus funcionários". A empresa, porém, não comentou o resultado da pesquisa do Procon.

Em meados de julho, a Anatel suspendeu as vendas de novos chips de três operadoras em diversos estados. A TIM foi proibida de vender em 19 Estados, a Oi em cinco e a Claro em três. A medida durou 15 dias e as vendas foram retomadas na semana do Dia dos Pais.

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Para Góes, a suspensão funcionou como medida pedagógica. "Foi uma forma de mostrar a deficiência das operadoras. Elas sentiram no bolso. Mas só vamos saber se a medida foi suficiente quando forem percebidos os sinais de melhora", afirma.

Além da punição da Anatel, a TIM foi acusada por um relatório preliminar da agência, entregue ao Ministério Público do Paraná, de derrubar as ligações dos clientes do plano Infinity de propósito. A regra do plano dispõe que o consumidor paga por ligação efetuada, e não pelo tempo.

Assim, derrubar as chamadas obrigaria o cliente a refazer as ligações e pagar mais. A TIM negou essa prática, mas a repercussão do caso fez com que a Anatel propusesse a regra de que chamadas sucessivas para o mesmo número, num intervalo inferior a dois minutos, fossem contadas como apenas uma.

Góes espera que a Anatel prossiga fiscalizando e punindo as companhias de telefonia que não têm comportamento adequado. "Queremos que a Anatel continue exercendo a sua função e consiga tornar a relação de consumo equilibrada para as empresas e usuários".

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