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Cidadão é sujeito ativo

Por crespoangela
Atualização:

Texto de Maíra Teixeira

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Fabíola Zerbini, presidente do Instituto Kairós e representante do movimento Faces do Brasil, palestrante do 4º seminário da série Educação para o Consumo II, mostrou como o consumidor pode atuar com sustentabilidade. "Devemos buscar movimentos com princípios socioambientais na comercialização."

O comércio justo é uma alternativa para a sustentabilidade, ainda mais diante do ritmo de consumo atual. "Segundo a Organização Mundial do Comércio, 90% das 200 maiores empresas do mundo estão em países ricos, como EUA, Alemanha, França e Suíça, que movimentam 70% do comércio internacional", exemplificou. "Só na Europa e nos Estados Unidos, são gastos US$ 17 bilhões com ração de animais de estimação ao ano. Para erradicar a fome e a má nutrição no mundo todo, seriam precisos US$ 19 bilhões por ano", destacou.

"Dá para ter uma idéia do potencial de acumulação, mas eu falo desses dados não no sentido de crítica, mas para mostrar que há possibilidade, há tecnologia, soluções e recursos para o caminho da sustentabilidade." Esse desequilíbrio da cadeia produtiva - grandes empresas com fatia maior do mercado - poderia ser atenuado, na opinião de Fabíola, com o aumento da participação de grupos familiares ou entidades, associações, ONGs e cooperativas.

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"Se somos sujeitos sociais da crise, também somos sujeitos potenciais para a construção da solução mudando nossos hábitos de consumo e refletindo antes de cada compra", afirmou.

Comércio justo segue critérios

O comércio justo e solidário já tem forte representação no exterior. "Ele tem uma dimensão econômica muito forte e funciona segundo critérios próprios", explica Fabíola Zerbini.

"É uma parceria comercial baseada em diálogo, transparência e respeito e contribui para o desenvolvimento sustentável por meio de melhores condições de troca e da garantia dos direitos para produtores e trabalhadores marginalizados, principalmente do Hemisfério Sul."

E há critérios a serem seguidos: o produtor precisa trabalhar num ambiente de bem-estar social, com dignidade humana, respeito à legislação trabalhista, eqüidade de gênero e valorização da cultura local.

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"Outro critério é o preço justo, mas ele ainda é uma incógnita", destaca ela. "Existem parâmetros mínimos como oferecer uma remuneração justa ao produtor, formular o valor em comum acordo entre o produtor e o comerciante e incorporar como custo os impactos socioambientais envolvidos no processo produtivo. Isso não é simples, mas é possível."

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