ANA LUÍSA WESTPHALEN - AGÊNCIA ESTADO RODRIGO GALLO - JORNAL DA TARDE
A inadimplência do consumidor brasileiro aumentou 6,6% entre janeiro e julho deste ano, na comparação com o mesmo período de 2007, segundo levantamento realizado pela Serasa. O motivo para tanto 'calote', informou a entidade, é a inflação e a crescente alta nas taxas de juros.
O problema de ficar com o nome 'sujo' na praça é que, nessa condição, o consumidor fica impossibilitado de tomar empréstimos ou fazer crediários no comércio, sendo obrigado a realizar as compras sempre à vista.
De acordo com o assessor econômico da Serasa, Carlos Henrique de Almeida, o que causou dificuldades para o brasileiro honrar seus compromissos financeiros foram o maior endividamento, a inflação sobre o orçamento doméstico e as pressões dos juros - sobretudo de dívidas mais caras, como as de cheque especial e cartão de crédito.
Ranking
O ranking das pendências financeiras nos primeiros oito meses do ano, ante o mesmo período de 2007, continua liderado pelas dívidas com bancos, com participação de 43,2% no indicador. Em seguida, aparecem as pendências com cartões de crédito e financeiras (32,5%), os cheques devolvidos (22%) e os títulos protestados (2,3%).
A inadimplência com cartões de crédito e financeiras representaram valor médio de R$ 410,53, uma alta de 11,8% na mesma base de comparação. As dívidas com bancos tiveram valor médio de R$ 1.377,80 (alta de 8,5%), os títulos protestados, R$ 944,61 (elevação de 8,9%), e os cheques devolvidos, por sua vez, um valor médio de R$ 666,33 (aumento de 10%).
Para o fim do ano, Almeida avalia que o comportamento da inadimplência dependerá do impacto dos juros sobre o crédito, da inflação e do grau de endividamento do consumidor. "Além disso, a concessão de crédito por parte do varejo menos organizado também precisa melhorar."
Quem já estiver com o nome inscrito em entidades de proteção ao crédito pode limpar a ficha ainda neste mês e, com isso, ter o direito de parcelar as compras do Dia das Crianças e do Natal.
Segundo o economista William Eid Júnior, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), uma forma de quitar os débitos é utilizar dinheiro referente à benefícios como Participação nos Lucros e Resultados (PLR) da empresa ou mesmo parte do 13º salário. "Acertar as dívidas logo é uma forma de sair da inadimplência e entrar no próximo ano sem nenhuma pendência financeira", disse.
O economista Luís Carlos Ewald, da FGV, orienta a evitar as compras no crediário ou financiamento, pois os juros costumam ser altos. Além disso, ele argumenta que, dependendo da quantidade de parcelas, o consumidor pode ficar tempo demais pagando a pendência.
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