Atenção aos produtos de pet shop

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Por crespoangela
Atualização:

Texto de Andréia Fernandes

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Grátis, dois quilos a mais de ração." Esse tipo de oferta sempre atrai a atenção do promotor de vendas Fábio L. P., que cria sete cachorros e faz questão de alimentá-los com uma das melhores rações que existem no mercado - que, também, é uma das mais caras. E, quando deparou-se com a promoção, meses atrás, enquanto fazia compras no estabelecimento que costuma freqüentar, não pensou duas vezes.

Quando Fábio chegou em casa, porém, percebeu que não havia levado vantagem alguma com a compra. "Pesei o pacote e vi que não havia dois quilos a mais", relata. Imediatamente, ele ligou para a loja. Nem a vendedora nem o gerente do estabelecimento deram muita atenção ao problema, o que despertou a ira do consumidor. "Resolvi procurar o Procon. Àquela altura, não era mais o pequeno prejuízo que me incomodava, e sim a falta de atenção da loja."

Na entidade, Fábio foi orientado a denunciar o caso à ouvidoria do Instituto de Pesos e Medidas do Estado de São Paulo (Ipem-SP), e assim o fez. Poucos dias depois, recebeu o telefonema de um técnico do órgão estadual, que informou que os pacotes "promocionais" foram apreendidos pelo instituto e a loja, autuada. "Voltei ao estabelecimento e até me ofereceram um desconto por causa do ocorrido, nada que fizesse tanta diferença. Mas fiquei satisfeito mesmo assim. O que importa é que eu exerci meu direito de consumidor e denunciei uma prática abusiva."

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Denúncias na Ouvidoria

Assim como Fábio, vários outros consumidores entram em contato com o Ipem para tirar dúvidas sobre produtos de pet shop. Afinal, como são itens geralmente caros, qualquer diferença pesa no bolso. "Problemas relacionados com peso são mais difíceis ainda de serem identificados, pois as lojas que comercializam este tipo de produto não costumam disponibilizar balança para que o consumidor possa checar o peso", afirma Vera Lúcia Gonçalves, supervisora técnica do Núcleo de Fiscalização de Produtos Pré-Medidos do Ipem-SP.

Além de atender às reclamações dos consumidores, o instituto faz fiscalizações periódicas em produtos de pet shop. Na última, realizada em 21 de agosto, 52 tipos de produtos para animais de estimação foram verificados quantitativamente nos 7 Laboratórios de Produtos Pré-Medidos do Ipem.

O consumidor pode ficar relativamente tranqüilo com os resultados da operação: dos produtos analisados, apenas 5 foram reprovados, o que equivale a 9,62% de irregularidade. "No ano passado, a mesma operação apresentou um índice de irregularidade de 14,58% entre 48 tipos de produtos, o que significa que a atenção dos fabricantes com relação ao fornecimento correto das quantidades indicadas em suas embalagens vem melhorando significativamente", avalia Vera.

A partir da constatação de irregularidade, os fabricantes têm 15 dias para apresentar defesa. Após esse período, é estipulada uma penalidade administrativa, que varia de advertência a multas de até R$ 50 mil, dobrando na reincidência.

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Como prevenção nunca é demais, vale ficar atento para evitar situações como a vivenciada por Fábio L. P., principalmente no quesito peso. "Verifique sempre a quantidade de ração no pacote. Se, na hora de pesar, a balança indicar o mesmo peso descrito no produto, o consumidor está sendo enganado, pois deve-se descontar o peso da embalagem da quantidade total. Se isso acontecer, procure sempre o Ipem", orienta Vera.

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Mais de 7 mil ligações para a ouvidoria do Ipem

Mais de 7 mil consumidores procuraram o Ipem entre os meses de janeiro e julho para reclamar de algum produto ou serviço ou para pedir informações. Entre os itens mais reclamados, bomba de combustível permanece na primeira colocação, com 28,3% do total reclamado. Na segunda posição, balança, com 13,4%, seguida de pão de sal, com 7,4%, e por hidrômetro, 6,8%.

Balança também aparece em destaque entre os itens mais autuados no período, com 14,3%, seguida de bomba de combustível (10,4%), peixe embalado (7,1%) e bloco cerâmico (5,8%). Capacete, saco de lixo, brinquedos e GLP ficaram em quinto lugar, com 5,2%.

Mas a coluna do ranking do Ipem que mais chama a atenção é a de reclamações versus autuações. Nela, saco de lixo, papel toalha, fita adesiva e guardanapo de papel aparecem em primeiro lugar, e todas as reclamações relacionadas a estes itens geraram autuação. Bloco cerâmico ficou na quinta posição, com 90%, seguido por brinquedos, peixe embalado, GLP e frutas e legumes.

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O Ipem garante a aplicação das normas de metrologia, que se traduz num conjunto de normas e regulamentos técnicos que devem ser obedecidos compulsoriamente por todos os que comercializam produtos ou serviços mediante algum tipo de medição ou que fabricam instrumentos de medir voltados para esse fim. A Ouvidoria do instituto registra reclamações de consumidores de todo o Estado.

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