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CPI da Covid: Veja como foi o depoimento da médica infectologista Luana Araújo

Infectologista foi 'demitida' dez dias após ser nomeada para uma secretaria do Ministério da Saúde

A médica infectologista Luana Araújo prestou depoimento à CPI da Covid nesta quarta-feira, 2. Anunciada em maio como chefe da Secretaria Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19, diz que foi informada dez dias depois que sua nomeação não seria concretizada. 

 

Ela disse aos senadores que não soube o motivo pelo qual não foi nomeada para o cargo, que exerceu informalmente. Luana afirmou que não recebeu remuneração durante o período em que trabalhou no ministério, e custeou inclusive suas despesas de viagem. Sua indicação para o cargo foi anunciada no dia 12 de maio pelo atual ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e Luana foi comunicada de que não ocuparia a função. 

 

Como mostrou o Estadão, Luana é defensora da vacinação em massa e já declarou ser favorável a medidas restritivas e contra o “kit covid”. A médica já afirmou que “todos os estudos sérios” demonstram a ineficácia da cloroquina, e que o uso da ivermectina para combater a covid-19 é “fruto da arrogância brasileira” e “mal funciona para piolho”. Questionada, ela reiterou essa posição durante o depoimento. 

 

O uso desses remédios foi defendido diversas vezes pelo presidente Jair Bolsonaro

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  • 17h07

    02/06/2021

    O senador Omar Aziz encerrou a sessão com o depoimento da médica Luana Araújo.

  • 17h06

    02/06/2021

    Em última resposta, Luana Araújo diz que Brasil precisa se preparar para as próximas pandemias 

     

    Na última pergunta na CPI nesta quarta-feira (2), feita pela senadora Simone Tebet (MDB-MS), a infectologista Luana Araújo enfatizou que é necessário começar a pensar no sistema de saúde pública e de vigilância de maneira permanente. "A gente precisa se preparar para as próximas pandemias". De acordo com ela, todas as ações tomadas agora, sejam científicas ou técnicas, viram capital humano e científico para os próximos desafios.

     

    Falta de equipes técnicas, de gestão em saúde e de profissionais focados em saúde pública são alguns aspectos pontuados pela médica, que passou 10 dias na secretaria extraordinária de combate à covid 19, mas não chegou a ser nomeada oficialmente. 

     

    A senadora também perguntou para Luana se houve promoção de tratamento precoce sem evidências científicas comprovadas no Brasil. "Há", respondeu.

     

    Isadora Rupp

  • 17h01

    02/06/2021

    A médica Luana Araújo presta depoimento na CPI da Covid.

     

    Foto: Gabriela Biló/Estadão

    sdsd

  • 15h47

    02/06/2021

    Luana contesta dados citados por senador Heinze sobre cloroquina: 'Não é isso que a ciência mostra, lamento'

     

    O senador Luis Carlos Heinze (Progressistas-RS) insistiu em trazer estudos questionáveis sobre o uso de medicamentos em combate a covid-19 e bateu na tecla da adoção do tratamento precoce em outros países. Novamente citou Didier Raoult, que realizou um estudo com a hidroxicloroquina no ano passado, que se provou ineficaz; o próprio pesquisador admitiu. 

     

    "Sobre os estudos aos quais o senhor se refere, é preciso entender que existe algo que vai além da gente: porque diante de evidências tão contundentes nenhuma entidade internacional científica mudou suas indicações? Não tenho nada contra produção de evidências, mas não justifica hoje a adoção de qualquer um desses fármacos, principalmente como política de saúde pública”, salientou. 

     

    Heinze citou que a Índia e outros países fizeram uso do tratamento, e que tiveram um bom controle da pandemia por conta dessa adoção. Ele também citou que existem grupos de médicos de todo o mundo engajados no uso. Luana perguntou: "o senhor credita esse desempenho a adoção do tratamento precoce?". 

     

    Diante de uma afirmação do senador, Luana explicou: “é preciso que se entenda que o combate da pandemia é maior do que qualquer fármaco, ainda mis um fármaco que não há eficácia. Discordo veemente do senhor que essa adoção t

  • 15h16

    02/06/2021

    Senador Marcos do Val interrompe resposta e diz que médica se coloca como 'dona da verdade'

     

    Em pergunta para Luana Araújo, o senador Marcos do Val (Podemos-ES), disse que aprendeu ao assistir o depoimento  da médica que há "canibalismo na área médica", e que é "fantástico como a senhora se coloca como dona da verdade". Val salientou ainda que a médica não tem o direito de desmerecer o trabalho de outros médicos, se referindo àqueles que preconizam o tratamento precoce. 

     

    O questionamento gerou bate-boca entre os senadores, e o senador Alessandro Vieira interviu pedindo que devolvesse a palavra a Marcos do Val. Na resposta, a infectologista foi clara: "não sou dona da verdade, e não estou aqui sozinha. Represento uma classe de cientistas que com muito esforço levam seu trabalho adiante". 

     

    Diante da insistência do senador sobre a questão do tratamento precoce, Luana diz que se baseia tecnicamente nas maiores instituições do mundo, e que isso não significa desrespeitar colegas médicos. "Louvo o esforço deles, mas existe diferença entre respeito e responsabilização".

     

    Isadora Rupp

  • 15h15

    02/06/2021

    'Depois de tudo que ela disse, vem esse cara falar merda' diz Aziz em áudio vazado durante pergunta de Marcos do Val a Luana

     

    Um comentário do presidente da CPI da Covid, Omar Aziz (PSD-AM), criticando o senador Marcos do Val (Podemos-ES) vazou durante a transmissão da oitiva com a médica Luana Araújo nesta quarta. 

     

    Enquanto Do Val relatava sua experiência com métodos sem comprovação científica contra o tratamento de covid-19, como o uso de hidroxicloroquina ou o chamado tratamento precoce, Aziz circulava por perto do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que presidia a sessão no momento, e o microfone captou: "Depois de tudo que a mulher disse, vem esse cara falar uma merda dessa".

     

     

     

    "Está saindo um som aí e interrompendo a minha fala. Vamos com calma aí", reclamou Do Val. . "O plenário quer saber se tem pergunta, senador", respondeu Randolfe.

     

    Matheus Lara

    cs

  • 14h43

    02/06/2021

    'Não é porque o vírus morre dentro microondas que eu vou pedir para o paciente entrar no forno'

     

    Diante da insistência do senador governista Marcos Rogério (DEM-RO) em falar sobre tratamento precoce para a covid-19, Luana precisou recorrer ao didatismo máximo para explicar os motivos pelos quais remédios já testados e descartados pela ciência não têm eficácia para tratar pacientes infectados pelo novo coronavírus.

     

    Para isso, Luana lembrou que, se o vírus da covid-19 for colocado no micro-ondas, ele irá morrer, mas que isso não irá levar um médico a receitar que o paciente entre "no forno duas vezes por dia". "O senhor entende? Essa diferença precisa ficar clara para as pessoas que estão em casa", afirmou ao senador. A médica frisou que a ciência ainda não descobriu tratamento inicial para a covid.

     

    "Se eu pegar essa cultura viral e botar no micro-ondas, senador, o vírus vai morrer, mas não é por isso que vou pedir ao paciente entrar no forno duas vezes por dia", comparou.

     

    Amanda Pupo e Matheus de Souza

  • 14h28

    02/06/2021

    'Reconheço o esforço, mas também a falta de informação que eles têm', diz Luana ao responder Girão sobre médicos que indicam tratamento precoce

     

    Integrante da ala de senadores governistas, Eduardo Girão (Podemos-CE) fez uma longa explanação em defesa do tratamento precoce e da hidroxicloroquina em sua pergunta para a infectologista Luana Araújo que, ao longo do seu depoimento até aqui na CPI, salientou várias vezes sobre as evidências da ineficácia do tratamento. Girão disse ainda que Luana é muito articulada e usa "frases de efeito". Ela rebateu dizendo que as frases que utiliza são metáforas para que seus pacientes compreendam melhor determinados temas.  

     

    Girão se disse "convicto de que o tratamento precoce funciona, desde que com orientação médica individual", e que as instituições científicas não são completamente isentas. O senador lamentou ainda que a audiência pública que estava marcada para hoje, com médicos a favor e contra o medicamento,  tenha sido adiada.  

     

    Ao questionar se os mais de 14 mil médicos engajados no tratamento precoce são charlatões, Luana disse que reconhece o esforço dos colegas mas também a "falta de informação que eles têm".  Luana frisou ainda que além da OMS, outras instituições de saúde como o sistema de saúde britânico e o FDA, fora as centenas de estudos randomizados, já provaram que o tratamento é ineficaz. 

     

    "Considero

  • 14h10

    02/06/2021

    Luana Araújo na CPI da Covid: 'nossa vida seria mais fácil' se cloroquina tivesse eficácia

     

     

  • 13h40

    02/06/2021

    'Me dói', diz Luana sobre falas negacionistas de Bolsonaro 

     

    Na sua última pergunta para a infectologista Luana Araújo, o senador e vice-presidente da CPI Randolfe Rodrigues mostrou um vídeo com declarações do presidente Jair Bolsonaro minimizando a pandemia, comparando a doença com uma "gripezinha", e outras falas ao longo do período da crise, como a  de que "não é coveiro", que a covid-19 é uma "chuva que vai atingir você" , entre outras afirmações negacionistas, que perpassam pelas medidas de contenção da doença até a vacinação. 

     

    "Senador. Eu não gostaria que minha participação ou eu fosse usada diferente da minha participação técnica. Isso posto é uma situação muito complexa e triste". Luana disse que para quem trabalha com saúde pública e vê "os horrores que a gente vem passando", é impossível que declarações como a do presidente - feitas por ele ou por qualquer outro cidadão - não gerem um impacto racional e emocional. 

     

    Além disso, ela falou ainda que essas ideias sobre a pandemia suscitam nela a percepção de que é necessário "trabalhar mais e informar melhor as pessoas". "Deve estar faltando informação de qualidade, porque quando se tem a informação, não é um comportamento que a gente espera que aconteça. A mim, me dói", finalizou a  médica.

     

    Isadora Rupp

  • 13h07

    02/06/2021

    Médica diz que 'nossa vida seria mais fácil' se cloroquina tivesse eficácia; 'infelizmente, não tem'

     

    Ao responder ao senador governista Marcos Rogério (DEM-RO) sobre a possibilidade de eficácia do tratamento precoce, Luana Araújo foi didática ao explicar que fármacos, como a cloroquina, foram testados no início da pandemia já com poucas chances de resultado. Ela ressaltou que muitas drogas testadas in vitro têm efeito antiviral, mas isso não se observa no organismo humano, como é o caso do uso da cloroquina. 

     

    "A nossa vida seria mais fácil e feliz se isso (cloroquina) funcionasse; infelizmente, não tem (eficácia)", afirmou a médica. Luana citou evidências científicas colhidas por médicos de todo o mundo para mostrar quais os medicamentos que hoje são indicados para tratar covid-19. Ela citou, por exemplo, o uso de corticóides em pacientes com alta taxa de inflamação em ambiente hospitalar.

     

    E, diante da insistência de Rogério, a infectologista voltou a afirmar que não existe tratamento precoce para a infecção provocada pelo novo coronavírus, ou seja, não se chegou a um medicamento já disponível no mercado que sirva para quem contraiu o vírus. 

     

    Adriana Ferraz

  • 12h47

    02/06/2021

    Criticado pelas perguntas feitas a Nise Yamaguchi, Otto Alencar diz que seguirá defendendo a ciência

     

    O senador Otto Alencar (PSD-BA) se justificou nesta quarta-feira, 2, pela forma com a qual questionou a médica Nise Yamaguchi na sessão desta terça. Ele foi alto de memes nas redes sociais ao perguntar se a oncologista, famosa por defender o chamado tratamento precoce, sabia dizer qual a diferença entre um vírus e um protozoário, não aprovando em seguida a resposta, nem dando tempo para Nise falar. Aos senadores que trataram sua postura como desrespeitosa e machista, Otto Alencar disse que sua intenção é a de defender a ciência e que seguirá com a sua estratégia. 

     

    Adriana Ferraz

  • 12h41

    02/06/2021

    TV Estadão: ‘Não posso imputar sofrimento e morte com imunidade de rebanho’

     

     

    A médica infectologista Luana Araújo explicou o porquê que a estratégia da imunidade de rebanho, defendida em diversas ocasiões por membros do governo federal e pelo presidente Jair Bolsonaro, não é possível naturalmente na crise da pandemia da covid-19. 

  • 12h29

    02/06/2021

    Falta de investimento em comunicação clara foi uma das falhas na condução da pandemia, critica Luana Araújo

     

    Falar de maneira clara e unificada com as pessoas sobre a transmissão do vírus, com uma linguagem direta, foi um dos aspectos que a médica infectologista Luana Araújo julgou ser uma das falhas na condução da pandemia no Brasil até agora. "Existe dificuldade de entender a diferença entre abordagem e tratamento precoce. A abordagem é o acesso ao diagnóstico imediato, e há dificuldade nesse sentido." 

     

    Luana frisou que é necessário informar melhor sobre distanciamento social, uso da máscara e transmissão do vírus, além de testagem em massa. Ela também disse que o monitoramento da hipóxia silenciosa (quando o nível de oxigenação no sangue baixa sem que a pessoa perceba ou tenha sintomas) é outra ação precisa ser melhorado. "Essas são áreas fundamentais e onde tentei me concentrar neste curto perído".

     

    Isadora Raupp

     

    Gabriela Biló/Estadão

  • 12h24

    02/06/2021

    Após ação da PF, Omar antecipa depoimento do governador Wilson Lima, do Amazonas

     

    O presidente da CPI da Covid, Omar Aziz (PSD-AM), antecipou a convocação do governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), para o próximo dia 10 de junho – a previsão era ouvir Lima no dia 29 deste mês. A decisão se deu no dia em que a Polícia Federal cumpre mandados de busca e apreensão na casa e no gabinete do governador e de prisão contra seu secretário de saúde, Marcellus Campelo.

     

    A ação policial se dá no âmbito da Operação Sangria, que investiga supostas fraudes e superfaturamento em contrato para instalação de hospital de campanha no Amazonas. A ofensiva mira supostos crimes de organização criminosa, fraude a licitação e desvio de recursos públicos envolvendo empresários e servidores da cúpula da gestão do sistema de saúde do Estado. 

     

    A antecipação do depoimento é pleito dos senadores governistas que compõem a CPI.

     

    Adriana Ferraz

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