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CPI da Covid ouve Luciano Hang; dono da Havan é acusado de integrar 'gabinete paralelo'; veja como foi

Apoiador do presidente Jair Bolsonaro, empresário também é apontado como financiador de sites bolsonaristas propagadores de fake news

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid recebeu nesta quarta-feira, 29, o empresário Luciano Hang, apoiador do presidente Jair Bolsonaro. Ele é apontado como membro do chamado "gabinete paralelo", grupo de bolsonaristas suspeito de aconselhar o chefe do Executivo em relação à pandemia, incentivando, principalmente, ideias sem comprovação científica, como o "tratamento precoce"

 

O empresário também é apontado como financiador de sites bolsonaristas propagadores de fake news. Ao saber da convocação, Hang publicou vídeo marcado por ironias em que aparece algemado. Como previsto, o depoimento foi marcado por tensão, provocações e polêmicas.

 

O requerimento para convocação de Hang foi apresentado pelo relator da CPI da Covid, senador Renan Calheiros (MDB-AL), no mesmo dia em que o empresário foi citado no depoimento do diretor-institucional da Prevent Senior, Pedro Benedito Batista Jr.. Como revelou o Estadão, foi em um dos hospitais da rede que a mãe do empresário, Regina Hang, de 82 anos, morreu, em fevereiro deste ano, e teve o atestado de óbito fraudado. Leia a matéria completa aqui.

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  • 17h27

    29/09/2021

    CPI encerra sessão

     

    Os senadores concluíram a sessão em que depôs o empresário Luciano Hang, suspeito de integrar o chamado "gabinete paralelo" do governo federal. Nesta quinta-feira, 30, a CPI da Covid ouve o empresário Otávio Fakhoury, que deve ser questionado sobre o envolvimento na disseminação de desinformação sobre a pandemia.

  • 17h25

    29/09/2021

    Hang nega que tenha participado de reuniões sobre a pandemia com Bolsonaro e é confrontado com vídeo

     

    Rebatendo suspeitas sobre sua participação em suposto “gabinete paralelo” na Saúde, o depoente Luciano Hang negou que tenha sido recebido pelo presidente Bolsonaro para tratar de assuntos ligados à pandemia. Em vídeo exibido na sessão a pedido do senador Randolfe Rodrigues, porém, o empresário aparece ao lado do chefe do Executivo em evento relacionado à covid-19, em Brasília. 

     

    Em tweet publicado à época, Hang escreveu: "Hoje estou em Brasília (DF) com vários empresários e o presidente Bolsonaro em uma visita ao gabinete de crise do combate ao coronavírus. Fiquei impressionado, uma gestão inteligente e integrada". Junto ao vídeo, a publicação também foi mostrada na sessão.  

     

    "Isso não é gabinete paralelo", disse Hang, acrescentando que, na ocasião, foi apenas "visitar um local" a convite do presidente. Mais cedo, Hang havia dito que não esteve presente em nenhuma reunião de gabinete de crise relacionada à pandemia.

     

    Confrontado por Randolfe antes da exibição do vídeo, próximo ao encerramento da sessão, o empresário disse que foi “levar seu apoio ao presidente” em temas de Economia e Desenvolvimento para “fazer o Brasil andar”. 

     

    Davi Medeiros

     

    Foto: Gabriela Biló/Estadão

    Foto: Gabriela Biló/Estadão

  • 16h35

    29/09/2021

    Luciano Hang reforça postura negacionista em depoimento na CPI da Covid

    O empresário Luciano Hang reforçou uma postura negacionista ao depor na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, defendendo teses combatidas por especialistas e autoridades sanitárias. Hang afirmou que não se vacinou contra a covid-19 porque supostamente teria imunidade natural.


    "Eu não tomei vacina porque eu tenho índice de anticorpos altíssimo", disse o empresário ao ser questionado pela senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA). "Eu tenho neutralizante natural", afirmou Hang, mostrando um papel com exame médico. O mesmo argumento foi citado pelo presidente Jair Bolsonaro, que também não se vacinou.


    Luciano Hang disse que acredita na vacina, apesar de não ter se imunizado. O empresário confirmou ter tomado medicamentos antes mesmo de contrair covid e se submetido a um tratamento precoce quando foi diagnosticado com a doença.

     

    Hang comparou a ação de remédios sem eficácia contra a covid com a vacina, ao afirmar que pessoas vacinadas também podem contrair a doença e que os medicamentos, por sua vez, "fortalecem a célula". Ao ser questionado, Hang admitiu que incentivou o tratamento precoce e financiou a compra de medicamentos para hospitais.


    Durante o depoimento, senadores exibiram vídeos e declarações de Luciano Hang promovendo aglomerações dentro da própria loja e criticando medidas de isolamento social adotadas por Estados e municípios. Ao responder os parlamentares, o empresário confirmou as posturas que adotou, mas negou que tenha cometido crimes e disse que a CPI estava criando uma narrativa.


    O senador Humberto Costa (PT-CE) afirmou que o empresári

    Gabriela Biló/Estadão

  • 15h53

    29/09/2021

    Luciano Hang diz que se reuniu com Ricardo Barros antes de depoimento, mas nega amizade com deputado


    O empresário Luciano Hang afirmou à CPI que não tem amizade com o deputado Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo Bolsonaro na Câmara, mas admitiu ter se reunido com o parlamentar na manhã desta quarta-feira, 29, próximo às 6h, antes de seu depoimento à comissão.


    Barros, que é investigado pela CPI, é suspeito de envolvimento na negociação da Covaxin, que teve a importação suspensa após denúncias de supostas irregularidades no contrato de compra do Ministério da Saúde. O deputado foi autor da emenda que abriu caminho para a aprovação da importação da vacina indiana e é suspeito de estar envolvido na negociação com a Pasta.


    Barros ainda é suspeito de favorecimento da VTCLog, também investigada pelo colegiado por suspeitas de superfaturamento em contratos. A comissão ouvirá representante da empresa na próxima semana.

    Roberta Vassallo

  • 14h46

    29/09/2021

    Hang nega envolvimento em aplicativo de 'tratamento precoce'; CPI mostra vídeo em que empresário fala sobre 'TrateCov' antes de lançamento


    A CPI mostrou um vídeo em que Luciano Hang descreve o funcionamento do aplicativo "TrateCov" formulado pelo Ministério da Saúde para fazer um "diagnóstico" e receitar medicamentos sem eficácia comprovada para covid-19. Na gravação, ele entrevista duas médicas, incluindo Helen Brandão, que foi enviada a Manaus posteriormente pelo MS para incentivar o “tratamento precoce” em unidades de saúde, na mesma época da crise de oxigênio no Amazonas.


    Hang negou ter tido envolvimento na elaboração ou acesso prévio ao aplicativo. Entretanto, o vídeo divulgado pelo empresário foi publicado em 9 de janeiro, enquanto o lançamento do aplicativo ocorreu no dia 13 do mesmo mês. "Se eu tenho uma rede social, vou entrevistar pessoas que acho que possam ajudar", disse. "Só fiquei sabendo através delas [as duas médicas entrevistadas], como elas explicaram, das pessoas que estavam por trás disso, que era uma pontuação que chegaria a conclusões rápidas se a pessoa estaria com covid-19".


    Depois, questionado, disse que não tem relação com a missão de médicos que propagandearam o "tratamento precoce" em Manaus, apesar de ter realizado a entrevista com as médicas.

     

    Roberta Vassallo

  • 14h41

    29/09/2021

    Hang nega fraude em atestado da mãe, diz ser 'estranho' ausência de covid e fala em 'erro' de plantonista

     

    O empresário Luciano Hang negou participação na fraude do atestado de óbito da mãe, Regina Hang. O caso foi revelado pelo Estadão. Durante depoimento na CPI da Covid, nesta quarta-feira, 29, Hang disse ter achado "estranho" não haver menção à covid no atestado. O Estadão teve acesso à certidão de óbito de Regina. No documento, a causa morte é descrita como "disfunção de múltiplos órgãos, choque distributivo refratário, insuficiência renal crônica agudizada, pneumonia bacteriana, síndrome metabólica, acidente vascular isquêmico prévio". Não há menção à covid.

     

    O empresário declarou que, como leigo, não sabe as informações que deveriam constar do documento.

     

    Regina Hang foi internada em um hospital da Prevent Senior, em São Paulo, e morreu em 3 de fevereiro. O empresário disse que procurou a rede e afirmou acreditar que os senadores foram levados a erro.

     

    "Achei estranho de não estar no óbito. Mas, sinceramente, sou leigo. Cheio de doenças, s&atild

    Foto: Gabriela Biló/Estadão

  • 14h22

    29/09/2021

    Hang nega que tenha driblado legislação ao vender cestas básicas na Havan

     

    O empresário Luciano Hang admitiu que passou a vender cestas básicas nas Lojas Havan durante a pandemia, mas negou que sua intenção tenha sido driblar a legislação para poder abrir seus estabelecimentos. Em meio às medidas de restrição adotadas para conter a disseminação do coronavírus, em 2020, Hang determinou a abertura de suas lojas com o pretexto de vender alimentos como arroz e feijão — desse modo, a Havan seria considerada atividade “essencial”, dado que estabelecimentos que vendem esses itens estavam autorizados a funcionar.

     

    O empresário disse que a Havan possui Cadastro Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) para vender alimentos em qualquer município, ressaltando inclusive que sua empresa é a que “mais vende chocolates” no Brasil. Sob críticas do senador Renan Calheiros, Hang não explicou por que incluiu itens da cesta básica nas lojas somente após o início da pandemia.

     

    Davi Medeiros 

     

  • 13h39

    29/09/2021

    CPI aponta 57 operações do BNDES com Hang, mas empresa nega favorecimento

     

    O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, Omar Aziz (PSD-AM), afirmou que documentos repassados pelo BNDES apontam 57 operações do banco de financiamento com o empresário Luciano Hang, totalizando R$ 27 milhões. 

     

    Durante depoimento na CPI, Hang negou ter sido favorecido com financiamento público. Ele rebateu a informação dizendo que o valor é o que as lojas faturam em um dia. Na versão do empresário, a empresa comprou máquinas da Agência Especial de Financiamento Industrial (Finame), subsidiária do BNDES, e um terreno de uma empresa que tinha financiamento do banco e faliu e por isso aparece nas operações. 

     

    "O senhor pega dinheiro no BNDES e fatura R$ 30 milhões por dia. É uma beleza", ironizou Omar Aziz. 

     

    Nesta semana, o empresário publicou um vídeo nas redes sociais declarando que levaria uma algema para a CPI e entregaria a chave para cada um dos senadores. Ao responder o relator, Renan Calheiros (MDB-AL), Luciano Hang disse que foi apenas senso de humor. "Não (foi brincadeira), senador, mas também temos que ter senso de humor, né?"

     

    Daniel Weterman e Julia Affonso

     

    Foto: Gabriela Biló/Estadão

    Foto: Gabriela Biló/Estadão

  • 13h32

    29/09/2021

    Hang diz que se referia a 'tratamento preventivo' em vídeo em que fala sobre sua mãe, nega fraude e  atribui erro em atestado de óbito a plantonista 

     

    O empresário Luciano Hang, que se descreve como “ativista político”, negou que tenha obrigado seus funcionários a votarem no presidente Jair Bolsonaro em 2018. Acusado pelo senador Renan Calheiros de ter mentido sobre a causa da morte de sua mãe por “submissão” ao chefe do Executivo, Hang afirmou que lamenta, na verdade, que sua mãe não tenha tomado remédios antes de contrair o vírus, e não durante sua estadia em hospital da Prevent Senior. A pergunta se referia a um vídeo em que o empresário fala sobre o óbito de sua mãe e recomenda “tratamento preventivo contra a covid”. 

     

    Hang admitiu o diagnóstico de covid de sua mãe, Regina, e disse que, quando foi feito o teste, ela já tinha o pulmão mais de 90% comprometido. O empresário disse ter “tratado” sua mãe em casa, antes de levá-la ao hospital, com hidroxicloroquina e ivermectina. Segundo ele, o "tratamento preventivo", que ele defende no vídeo, é diferente do "tratamento precoce". O primeiro, disse o empresário, acontece antes do diagnóstico.

     

    O empresário também admitiu que em um primeiro atestado de óbito de sua mãe preenchido na Prevent Senior não constava covid-19

    Foto: Gabriela Biló/Estadão

  • 12h55

    29/09/2021

    Aziz recua e mantém advogado de Hang na sessão

     

    Após retomada a sessão, o advogado Beno Brandão, que representa o empresário Luciano Hang, pediu desculpas ao senador Rogério Carvalho (PT-SE) e disse que não teve a intenção de ofendê-lo. Mais cedo, o senador disse ter sido desacatado por Brandão durante uma grande discussão na sala, embora a suposta ofensa não tenha sido captada pelo áudio da transmissão. 

     

    O senador Omar Aziz, presidente da comissão, voltou atrás de sua decisão e determinou que o advogado seja mantido na sessão. Ele disse a Brandão que ele apenas poderá se manifestar quando demandado pelo cliente, e afirmou que fará o possível para que os senadores não sejam desrespeitados. 

     

    Resolvido o impasse, a CPI retomou a oitiva do depoente do dia, Luciano Hang.

     

    Davi Medeiros 

     

    Foto: Gabriela Biló/Estadão

    Foto: Gabriela Biló/Estadão

  • 12h48

    29/09/2021

    CPI retoma depoimento de Luciano Hang

     

    Após mais de meia hora de interrupção, a sessão da CPI da Covid foi retomada há pouco. O depoimento do empresário Luciano Hang foi interrompido pelo presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), para que um dos advogados do depoente se retirasse da sala.

     

    Um princípio de confusão foi registrado na sessão após queixas do senador Rogério Carvalho (PT-SE), que disse ter sido desrespeitado pelo advogado. Senadores governistas protestaram, dizendo que o defensor de Hang também foi ofendido pelo parlamentar.

     

    O presidente da CPI também pediu que fossem retirados os de cartazes verde e amarelo que foram levantados por Hang durante o depoimento a reunião. "Liberdade de expressão", dizia.

     

    Cássia Miranda

    Foto: Gabriela Biló/Estadão

    Foto: Gabriela Biló/Estadão

  • 12h09

    29/09/2021

    Sessão é interrompida enquanto advogado de Hang deixa a sala

     

    O presidente da CPI da Covid, senador Omar Aziz (PSD-AM) determinou que a sessão seja suspensa por cinco minutos, enquanto um dos advogados do empresário Luciano Hang deixa a sala.

  • 12h04

    29/09/2021

    Após desentendimento, advogado de Hang é retirado da sessão

     

    O senador Rogério Carvalho (PT-SE) pediu ao presidente Omar Aziz (PSD-AM) que um dos advogados de Luciano Hang seja retirado da sessão. "Isso aqui não é um palanque político nem um debate eleitoral", afirmou Carvalho. O senador diz ter sido desrespeitado e desacatado pelo advogado, que teria feito provocações durante o tumulto que aconteceu momentos antes na sessão. A suposta ofensa proferida pelo advogado não foi captada pelo áudio da transmissão.

     

    O senador Aziz, então, acatou e pedido e determinou que um dos advogados seja retirado. A partir de agora, Hang terá somente um acompanhante em seu depoimento, e não dois, como acontecia até o momento.

     

    Davi Medeiros

  • 11h51

    29/09/2021

    Renan divide interrogatório em três etapas

     

    Relator da CPI, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) informou que interrogará Luciano Hang em três etapas. A primeira, será com perguntas a serem respondidas com "sim" ou “não”. Em seguida, o relator vai fazer uma acareação do empresário com declarações feitas por ele próprio em outras oportunidades, por meio de vídeos e áudios. Na terceira parte, exibirá documentos.

     

    Cássia Miranda

     

  • 11h45

    29/09/2021

    Hang nega ter recebido benefícios fiscais ilegalmente para as Lojas Havan

     

    O empresário Luciano Hang negou que tenha recebido benefícios fiscais de governos municipais, estaduais ou federais fora da legalidade. Ele admitiu que a abertura de suas lojas teve, sim, incentivos em algumas localidades, mas dentro das normas de cada município.

     

    Questionado pelo senador Renan Calheiros se recebeu aporte financeiro de bancos estatais, como Caixa e BNDES, Hang se esquivou e disse que, durante a pandemia, recebeu dinheiro normalmente de bancos privados, "como qualquer outro empresário", mas que não quis receber dinheiro público para não ser acusado de corrupção no futuro. 

     

    Segundo Hang, no início da pandemia, "bancos estatais chegaram a oferecer dinheiro" a ele, "como ofereceram para todas as pessoas", mas ele não teria aceito. "Não vou pegar dinheiro de nenhum banco estatal", sob pena de ser acusado de ter "sido financiado com dinheiro público" em troca de apoio ao presidente, justificou. "Não peguei nenhum centavo", disse.

     

    Novamente, o empresário elogiou os resultados econômicos de sua empresa, citou a atuação do BNDES nos governos de Lula e Dilma e disse "nunca ter sido financiado" pelo Banco do Desenvolvimento, embora não tenha respondido diretamente à pergunta do senador.         

     

    Davi Medeiros e Cássia Miranda

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