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CPI da Covid ouve advogada que preparou dossiê contra Prevent Senior; veja como foi

Bruna Morato ajudou a reunir denúncias de médicos e ex-funcionários de operadora de saúde; CPI apura se Prevent pressionou por adoção de 'kit covid', adulterou registros médicos e atestados de óbito

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI da Covid) recebeu nesta terça-feira, 28, a advogada Bruna Morato, que representa médicos da Prevent Senior e ajudou a elaborar dossiê reunindo supostas irregularidades cometidas pela operadora de planos de saúde, entre elas a pressão para aplicar o tratamento precoce e usar medicamentos do chamado “kit covid”. Substâncias como a ivermectina e a hidroxicloroquina, contra-indicada para tratar a covid-19, teriam sido administrados sem o aval do paciente ou de parentes.

 

Os senadores também apuram se a rede realizou experimentos com pacientes sem autorização da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep) e alterou dados de atestados de óbitos, a exemplo da mudança no documento que registra o falecimento de Regina Hang, mãe do empresário Luciano Hang, como revelou o Estadão.

 

Nas últimas semanas, a partir do dossiê elaborado por um grupo de médicos que trabalhavam na rede, a comissão passou a investigar a conduta da operadora de saúde. Os profissionais afirmam que o estudo foi fr

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  • 18h23

    28/09/2021

    CPI encerra sessão

     

    Os senadores concluíram há pouco a oitiva da advogada Bruna Morato, representante de médicos da Prevent Senior que denunciaram a operadora por supostas irregularidades no tratamento de pacientes de covid-19. Nesta quarta, a CPI ouve o empresário bolsonarista Luciano Hang, que teria atuado ao lado do 'gabinete paralelo' em defesa do tratamento precoce.

     

  • 18h12

    28/09/2021

    Randolfe apresenta requerimento para que Prevent forneça formulários com informações de pacientes com covid

     

    O senador Randolfe Rodrigues apresentou requerimento para que a Prevent Senior, no prazo de 24 horas, forneça todas as informações de formulários designados a pacientes com covid entre março de 2020 e setembro de 2021. Segundo a depoente Bruna Morato, os médicos da operadora eram orientados a alimentar formulários com informações que não constavam nos prontuários sobre pacientes com covid. Existe a possibilidade, porém, que a Prevent tenha excluído esse material, segundo Bruna. 

     

    Davi Medeiros

  • 18h08

    28/09/2021

    Advogada cita casos em que pacientes teriam oxigênio reduzido; denúncia não consta no dossiê


    A advogada Bruna Morato citou, durante o depoimento, que, em alguns casos, pacientes eram submetidos a um protocolo de tratamento paliativo, que incluía a redução da oxigenação após um período de internação de mais de 14 dias. “Esses pacientes evoluíam a óbito dentro da própria UTI e se tinha uma liberação de leitos”, afirmou.


    Morato disse que recebeu esse relato de um médico da operadora por mensagem de WhatsApp. Essa denúncia, no entanto, não consta no dossiê entregue à CPI. “Eu gostaria que essa informação fosse averiguada. Essa informação não consta na denúncia. Foi uma informação que eu recebi posterior à denúncia.”

     

    Roberta Vassallo

     

  • 18h02

    28/09/2021

    CPI vai pedir à Polícia Federal que garanta a segurança de Bruna Morato  

     

    A pedido da depoente Bruna Morato, o senador e vice-presidente da comissão Randolfe Rodrigues requisitou à secretaria da CPI que oficie à Polícia Federal, ainda hoje, um pedido para garantir a segurança da advogada. Durante a sessão, Bruna disse repetidas vezes que tem sofrido ameaças e que se preocupa com "o que pode acontecer com sua vida" depois de seu depoimento. O senador acrescentou pedido para que a Polícia Federal se manifeste "o quanto antes" sobre a providência.

     

    Davi Medeiros

     

    Foto: Gabriela Biló/Estadão

    Foto: Gabriela Biló/Estadão

  • 17h56

    28/09/2021

    CPI aprova instalação de canal direto de denúncias

     

    Os senadores da CPI da Covid aprovaram nesta terça um requerimento de autoria do senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) que cria um canal direto de denúncias na comissão. O vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), determinou que sejam tomadas providências para que o canal seja instalado e anunciado ainda nesta semana.

     

    Roberta Vassallo

  • 17h44

    28/09/2021

    Prevent Senior nega acusações e diz que 'sempre' respeitou autonomia dos médicos

     

    A rede Prevent Senior, acusada de fraudes e irregularidades por um grupo de médicos, afirmou em nota nesta terça-feira, 28, que repudia o que chamou de "acusações mentirosas levadas anonimamente à CPI da Covid e à imprensa". A advogada Bruna Morato, representante dos médicos que denunciaram a rede, presta depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito da Covid, no Senado, desde as 10h20.

     

    Segundo a rede, a advogada "tentou fechar um acordo para não levar o caso à comissão". Aos senadores, Morato afirmou que solicitou um acordo com a Prevent Senior com três pedidos com relação ao uso de medicamentos com ineficácia comprovada, como a hidroxicloroquina e a azitromicina. 

     

    Um deles seria que a rede "assumisse publicamente" que o estudo não foi conclusivo. O segundo seria que a empresa assumisse o protocolo dos medicamentos como institucional e que assumisse a responsabilidade diante de possíveis ações de indenização por dano material, lucros cessantes, dano moral em virtude dos remédios.

     

    A Prevent Senior também afirmou, em nota, que o depoimento da advogada "confirma que se tratam de acusações infundadas, que têm como base mensagens truncadas ou editadas vazadas à imprensa e serão desmontadas ao longo das investigações". 

     

    "A Prevent Senior estranha o fato de a advogada manter no anonimato os supostos médicos autores d

    Foto: Daniel Teixeira/Estadão

  • 16h51

    28/09/2021

    Anthony Wong foi internado com covid-19 em unidade não destinada à doença

     

    O médico Anthony Wong, que faleceu de covid-19, foi internado em uma unidade hospitalar da Prevent Senior do Itaim Bibi que não era destinada a pacientes com a doença, enquanto infectado. Segundo a advogada Bruna Morato, que representa médicos que denunciaram a Prevent Senior, a unidade em que Wong foi internado era destinada a pacientes cardiológicos e vasculares. Ele ficou em UTI não destinada à doença junto a pacientes com outras complicações de saúde.

     

    Bruna afirmou que no prontuário do médico é informado que ele não ficou todo o tempo em isolamento, mesmo estando acometido pela covid-19. Segundo ela, a mulher de Wong se recusou a fazer o exame de PCR para a doença na ocasião para evitar ficar em isolamento e circulou normalmente na unidade hospitalar em que o marido estava internado.

     

    Roberta Vassallo

     

    Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

    Edilson Rodrigues/Agência Senado

  • 16h38

    28/09/2021

    Pacientes do tratamento paliativo são levados a unidade improvisada na Vila Olímpia, diz a depoente

     

    A depoente afirmou ter recebido denúncia sobre uma suposta unidade localizada na rua Casa do Ator, na Vila Olímpia, para onde estariam sendo encaminhados os pacientes do tratamento paliativo. "É um prédio comercial que foi convertido em unidade hospitalar sem o devido alvará", disse Bruna Morato. "Os elevadores nem sequer têm compatibilidade para comportar macas; os pacientes são colocados sentados nos elevadores e levados para leitos improvisados". A advogada pediu às autoridades que averiguem a denúncia.

     

    Davi Medeiros

  • 16h28

    28/09/2021

    Prevent Senior dificulta acesso de familiares a informações sobre o quadro dos pacientes, diz a depoente

     

    Em resposta a questionamento feito pelo senador Otto Alencar (PSD-BA), a advogada Bruna Morato afirmou que o acesso a informações sobre o estado de saúde dos pacientes é dificultado pela Prevent. Segundo ela, as famílias pediam, sem sucesso, acesso aos prontuários médicos e informações a respeito dos óbitos. O senador, então, leu relato de uma pessoa dizendo que o hospital da Mooca, ligado à Prevent Senior, não atende o telefone e que a família não tem notícias sobre o quadro de um paciente. "A família não tem mais forças para lidar com tamanho descaso", diz o relato. 

     

    Davi Medeiros 

  • 16h28

    28/09/2021

    Randolfe quer que CPI ouça Guedes ou Sachsida após ministerio ser citado em oitiva

     

    O vice-presidente da CPI da Covid, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), defendeu nesta terça-feira, 28, que a comissão ouça na próxima semana um representante do Ministério da Economia, após declarações que ligaram a pasta à política de incentivo ao tratamento precoce contra a covid-19. Para o senador, precisam depor à CPI ou o secretário de Política Econômica do Ministério da Economia, Adolfo Sachsida, ou o próprio ministro da pasta, Paulo Guedes.

     

    “É inevitável pelo menos o secretário de política econômica do Ministério da Economia, se não o ministro Paulo Guedes, estar presente nessa CPI na semana que vem”, disse Randolfe.

     

    Durante depoimento à CPI da Covid, a advogada de médicos que trabalharam na Prevent Senior, Bruna Morato, apontou para um suposto alinhamento entre o Ministério da Economia e o grupo que assessorou o governo na contramão das recomendações científicas.

     

    Segundo ela, havia um "interesse" da pasta em não parar o País em razão do isolamento e, portanto, em promover uma forma de a população sair as ruas sem medo. "E essa esperança tinha nome: hidroxicloroquina", afirmou.

     

    Amanda Pupo e Julia Affonso

     

    Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

    Edilson Rodrigues/Agência Senado

  • 16h20

    28/09/2021

    Advogada diz que pacientes com chance de recuperação eram colocados em tratamento paliativo

     

    A advogada Bruna Morato afirmou em depoimento à CPI da Covid que médicos da Prevent Senior relataram que pacientes infectados com covid-19 que tinham condições de recuperação se intubados, por exemplo, foram colocados em tratamento paliativo pela operadora. 

     

    Ela afirmou que segundo os relatos de médicos da Prevent, as famílias de pacientes de idade avançada que chegavam com a infecção, mas que tinham chances de recuperação se intubados, recebiam a orientação para escolher entre o intubamento, que a operadora dizia ser invasivo, e o tratamento paliativo. "Existe um desvio de finalidade", disse Bruna. 

     

    "As famílias não tinham conhecimento de que o paliativo é permitir que o paciente evolua para óbito conectado a uma bomba de morfina ou outro tratamento sem a possibilidade de reação. Esses pacientes eram viáveis, que se tratados poderiam sobreviver", afirmou. 

     

    "Eram três ambientes diferentes de paliativo: isso acontecia em situações de pronto-socorro, onde o paciente não ficava por mais de 24 horas, em ambientes de enfermaria e ambiente de UTI", disse. 

     

    A pedido do senador Otto Alencar (PSD-BA), a comissão reproduziu áudio em que a filha de um suposto paciente pergunta a um médico da operadora por que seu pai está sendo submetido a tratamento paliativo. Ela diz que a família não está de acordo com o tratamento, que suspende hemodiálise e uso de antibióticos. Em outro áudio reproduzido, o paciente afirma que só sobreviveu po

  • 15h54

    28/09/2021

    Bruna Morato nega que dados da Prevent tenham sido manipulados pelos denunciantes

     

    Diferente do que disse o diretor da Prevent Senior, Pedro Benedito Batista, em seu depoimento na semana passada, a depoente Bruna Morato negou que tenha havido manipulação de dados da operadora por parte dos médicos que elaboraram a denúncia. “Me coloco à disposição para entregar a tabela, que pode ser periciada”, disse a advogada. “Tenho segurança em dizer que não houve manipulação”.

     

    Davi Medeiros

  • 15h52

    28/09/2021

    Marcos Rogério pressiona Bruna Morato a revelar nomes de médicos da Prevent que elaboraram dossiê; advogada nega

     

    O senador Marcos Rogério (DEM-RO) tentou fazer com que Bruna Morato, advogada de médicos que trabalharam para a Prevent Senior, revelasse o nome dos clientes que representa no caso de denúncia da operadora de saúde. A advogada negou-se a responder a pergunta, alegando o direito ao sigilo profissional. 

     

    Em outros momentos do depoimento à CPI, Bruna afirmou que o seu comparecimento como testemunha representando os médicos que elaboraram o dossiê que reúne supostas irregularidades cometidas pela Prevent, ocorreu para proteção de seus clientes, que têm receio de ameaças. Segundo ela, os médicos que representa já foram ameaçados. 

     

    Diante da negativa da advogada, senadores rebateram Marcos Rogério, que utilizou a retórica de que o depoimento de Bruna não seria válido por ser feito por uma representante e não pelas testemunhas diretas, no caso os médicos que realizaram a denúncia. O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) rebateu o discurso.

     

    "A testemunha indireta é amplamente reconhecida no Direito. É aquela testemunha que toma conhecimento de um fato por terceiros. É aceita no processo naturalmente. Então todo esse teatro que tenta desvalorizar a mensageira porque não consegue atacar a mensagem só comove convertidos", disse.

     

    Roberta Vassallo

  • 15h19

    28/09/2021

    Prevent não distribui remédios gratuitamente como fez com 'kit covid', diz Bruna Morato

     

    Questionada pela senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) se a Prevent Senior costumava entregar outros medicamentos de forma gratuita, como fez com o suposto "kit covid", a depoente afirmou que fez a mesma pergunta aos médicos da operadora e obteve resposta negativa. A advogada diz ter sido informada que a medida, na verdade, não era frequente antes da pandemia. Em seu depoimento na semana passada, o diretor da operadora, Pedro Benedito Batista Junior, disse que a distribuição gratuita de remédios em hospitais da Prevent é de praxe da operadora.

     

    Davi Medeiros

  • 15h07

    28/09/2021

    Prevent Senior tinha 'segurança' de que não seria fiscalizada pela Saúde, diz advogada

     

    Ao estabelecer relação com assessores que integravam o "gabinete paralelo", a Prevent Senior teria intenção de se blindar contra eventual fiscalização da Saúde sobre seu experimento, segundo a advogada Bruna Morato. "A Prevent Senior tinha segurança de que ela não sofreria fiscalização do Ministério da Saúde ou de outros órgãos vinculados, foi essa segurança que fez nascer neles o interesse de iniciar um protocolo experimental, cientes de que não seriam devidamente investigados ou averiguados pelo Ministério", disse.

     

    Davi Medeiros 

     

    Foto: Gabriela Biló/Estadão

    Foto: Gabriela Biló/Estadão

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