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Walter Pinheiro votará contra afastamento de Dilma, mas pregará novas eleições

Objetivo de senador é garantir à população o direito de uma 'solução definitiva' para as crises política e econômica pelas quais passa o País

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Por Ricardo Brito
Atualização:

BRASÍLIA - O senador baiano Walter Pinheiro, que deixou o PT em março após 33 anos de filiação à legenda com críticas ao governo Dilma Rousseff, decidiu votar contra o afastamento da petista. No esboço do discurso que fará hoje para justificar sua posição, obtido com exclusividade pelo Broadcast, Pinheiro pregará a antecipação das eleições presidenciais para outubro próximo a fim de dar à população o direito a garantir uma “solução definitiva” para as crises política e econômica pelas quais passa o País.

O ex-petista é favorável à aprovação de uma proposta de emenda à Constituição (PEC) que antecipe o pleito para a escolha do presidente. Para Pinheiro, é preciso “retirar os dois” a fim de que um novo governante seja escolhido pelo voto juntamente com as eleições municipais.

Senador Walter Pinheiro (BA) Foto: Estadão

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“Não podemos ser os responsáveis pela retirada de um presidente, mesmo que paire acusações de acometimento de crimes, antes do julgamento final. Assim como também não é nosso desejo colocar numa presidência, como no passado distante, via um colégio eleitoral, um presidente que também foi parte de toda a condução do atual governo”, criticará o senador, em sua declaração de voto.

Em resposta às críticas de que antecipar eleições seria um “golpe”, Pinheiro rebate a alegação e diz que “duro golpe” é retirar do povo o poder de escolher, soberanamente, os novos governantes. Ele avalia que o mesmo Congresso que não quer votar a PEC que prevê a antecipação das eleições presidenciais é o que rapidamente aprovou uma emenda constitucional que abriu uma janela para parlamentares trocarem de partido sem serem punidos por infidelidade partidária.

Para o senador, a instauração do processo de impeachment vai premiar um ou outro, sendo que ambos são responsáveis pela atual situação.

O ex-petista deverá anunciar seu voto no início da noite desta quarta-feira. Ele é o sexagésimo segundo da lista de, até o momento, 68 senadores inscritos para se pronunciar. Logo após as manifestações, o Senado votará em plenário sobre o afastamento de Dilma por até 180 dias, período em que Temer assumirá o governo e a petista será julgada pela Casa.

No dia 29 de março, em anúncio antecipado pelo Broadcast Político, o senador deixou o PT e apontou o governo Dilma como o “maior culpado” por sua decisão. Ele disse na ocasião que a gestão da petista havia se distanciado das propostas da legenda e tampouco cumpriu o programa de governo proposto pelo partido.

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