Viúva convive com assassinos de Chico Mendes no AC

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Por Daiene Cardoso
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Vinte e dois anos após a morte do líder seringueiro Chico Mendes, a família do símbolo da luta ambiental no Acre tem de conviver com seus assassinos. Após cumprirem menos de 10 anos dos 19 de condenação, os fazendeiros Darly Alves da Silva e Darci Alves Pereira foram libertados e vivem em Xapuri, cidade do interior do Acre onde o seringueiro foi morto. "Temos de conviver com esses assassinos", reclama a viúva Ilzamar Mendes.Embora a família Mendes viva em Rio Branco, capital acreana, é comum as viagens para Xapuri, onde foi criada uma fundação para preservar a memória de Chico Mendes na casa onde moravam quando o seringueiro foi morto. "Quem perdeu o pai, o marido e o líder foram minha família e os trabalhadores rurais", lamenta.Os fazendeiros mantêm propriedades e criação de gado na região. Assim, os encontros da família de Chico Mendes com os assassinos são comuns, em praça pública, em prédios públicos e em bancos. "As fazendas deles só aumentaram nos últimos anos. Todos vivem muito bem, nem enfrentam fila em banco, são clientes preferenciais", diz Ilzamar, em tom de revolta.A trajetória de Chico Mendes foi marcada pela luta em defesa da floresta e do fim da exploração dos trabalhadores rurais. Após a desapropriação de uma propriedade de Darly e das constantes ameaças de morte, o líder seringueiro foi assassinado em 22 de dezembro de 1988, aos 44 anos.

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