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Vamos nos manter tranquilos, afirma Dilma sobre votação de ajuste fiscal

Após Câmara adiar análise, presidente diz que não se pode fazer análises políticas 'em cima de climas emocionais momentâneos'

Por Rafael Moraes Moura e Tania Monteiro
Atualização:

Brasília - Em meio às cobranças do PMDB quanto ao posicionamento do PT em relação à aprovação do ajuste fiscal, a presidente Dilma Rousseff disse nesta quarta-feira, 6, que não é possível "fazer análises políticas em cima de climas emocionais momentâneos" e que aguardará a votação da proposta de cortes com "tranquilidade" .

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Depois de uma série de articulações políticas para garantir apoio às medidas provisórias que alteram benefícios trabalhistas e previdenciários, Dilma disse ter certeza que haverá por parte dos parlamentares a "sensibilidade" para a votação do ajuste fiscal.

Nessa terça-feira, 5, o líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani (RJ), afirmou que não votará a MP 665 "até que o PT nos explique o que quer e, se for o caso, que feche questão para votação das matérias do ajuste fiscal".

Presidente se pronunciou sobre os panelaços Foto: Dida Sampaio/Estadão

"É impossível o País achar que ele vive de um dia pro outro grandes transformações. Então vamos aguardar pra ver como é que transcorre essa votação do ajuste, vamos nos manter tranquilos, porque tenho certeza que haverá por parte dos parlamentares a sensibilidade necessária para que se vote o ajuste, principalmente porque eu tenho consciência e além disso, eu tenho a crença que os parlamentares trabalham a favor do Brasil", disse a presidente a jornalistas, depois de participar de solenidade no Planalto de lançamento do Plano Nacional de Defesa Agropecuária.

"Nós (governo e parlamentares) podemos divergir, nós podemos muitas vezes ter posições diferentes, agora uma convicção eu tenho: em que se pese as divergências, diferenças, acho que há uma consciência básica em todos nós, brasileiros. Nós trabalhamos a favor do Brasil. Eu vou repetir pra vocês, acho a gente não pode análises políticas sobre questões relevantes como é o caso do ajuste em cima de climas emocionais momentâneos, não pode."

Panelaço. A presidente minimizou o desgaste sofrido pelo governo e pelo Partido dos Trabalhadores com a veiculação do programa partidário na noite de terça. O programa motivou a realização de "panelaços" em diversas capitais brasileiras.

Questionada pelo Broadcast sobre como via o panelaço contra Lula, Dilma respondeu: "Da mesma forma como vejo qualquer manifestação. Eu já disse várias vezes pra vocês que (manifestação) é normal no Brasil. Em alguns outros países manifestações assumindo a forma de 'panelaço' ou qualquer outra forma, não são consideradas normais. No Brasil, elas são normais, porque nós construímos a democracia, então respeitar a manifestação livre das pessoas é algo que nós conquistamos a duras penas."

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Ao falar sobre a sua ausência no programa partidário do PT, Dilma disse que "nem sempre" participa dos programas exibidos na televisão.

Redes sociais. A presidente também comentou a estratégia de usar as redes sociais para divulgar três vídeos por ocasião do Dia do Trabalho. Neste ano, pela primeira vez desde que assumiu a Presidência da República, Dilma não apareceu em pronunciamento em rede nacional de rádio e televisão por conta da data.

De acordo com a presidente, o governo optou por um veículo "forte e novo", que é a internet. "Nós vamos ter pronunciamentos também na mídia tradicional, televisão, rádio", comentou.

Mais cedo, durante café da manhã com jornalistas, o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social, Edinho Silva, reiterou que a presidente deverá intensificar o uso de redes sociais, mas negou que essa estratégia seja uma forma de blindá-la de eventuais "panelaços".

"O local que ela (Dilma) mais se expõe são as redes sociais, a rede não tem filtro, não tem mediação, tem anonimato. O lugar que ela mais se expõe é nas redes sociais. Essa (o uso da internet) é a tendência da comunicação", disse Edinho.

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