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Vaccarezza quer antecipar recesso branco no Congresso

Por DENISE MADUEÑO
Atualização:

Com dificuldade de controlar a base nas votações do plenário e depois de amargar derrotas na votação da medida provisória dos aposentados, o líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), quer antecipar o "recesso branco" para o dia 10 de junho. Com isso, o governo pretende evitar a aprovação pelos deputados de "pacotes de bondade", projetos com forte apelo eleitoral, mas que podem resultar em impactos nas contas públicas.Vaccarezza descartou o apoio à votação, por exemplo, do projeto de reestruturação da carreira do Judiciário, com um aumento salarial em torno de 56% embutido na proposta, cujo custo é estimado em R$ 6,4 bilhões. O líder revelou que já manifestou essa posição a um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) que o procurou para tratar do projeto. "O mérito pode ser justo, mas é difícil votar esse projeto na boca das eleições", disse Vaccarezza.Amanhã, o presidente do Supremo, César Peluzo, e o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Ricardo Lewandowski, participarão de parte da reunião do presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), com os líderes partidários. Vaccarezza pretende convencer os líderes, na segunda parte dessa reunião, a antecipar o "recesso branco", votando a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), sem a qual o Congresso não poderá entrar no recesso de julho, no dia 9 de junho.A partir daí e até depois das eleições, a Câmara deverá votar apenas em períodos preestabelecidos de esforço concentrado com uma pauta predeterminada, de acordo com a proposta de Vaccarezza. Em junho, os deputados poderiam se dedicar às convenções partidárias e preparar as campanhas, que começam oficialmente em julho. A Copa do Mundo também servirá de aliada para esvaziar o Congresso.Nas quatro semanas que restariam até o início do recesso branco, além da LDO, o líder pretende votar o projeto que trata da internet nas escolas públicas, o projeto do tratado da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) e sete medidas provisórias. "Não tem condições de votar tudo que as pessoas querem votar", disse Vaccarezza.

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