Usar crise como mecanismo para chegar ao poder é versão moderna do golpe, diz Dilma

Segundo a presidente, algumas pessoas propõem ruptura da democracia como saída da crise; ela pede união para superar dificuldades

PUBLICIDADE

Por Victor Martins e Álvaro Campos
Atualização:

Atualizada às 14h00

BRASÍLIA - A presidente Dilma Rousseff pediu união para o País sair da crise política e econômica. Durante entrevista a uma rádio de Presidente Prudente (SP) nesta quarta-feira, 16, ela afirmou que o governo trabalha diuturnamente para garantir a estabilidade política e econômica. “Temos de nos unir e o mais rapidamente, independente das nossas posições, e tomarmos o partido do Brasil, que leva a mudança da nossa situação”, afirmou. A presidente disse que algumas pessoas propõem uma ruptura da democracia como saída da crise e classificou esse movimento como “versão moderna do golpe”.

A PresidenteDilma Rousseff em discurso de entrega decasas do programa Minha Casa Minha Vida, em Presidente Prudente (SP) Foto: ALEX SILVA/ESTADÃO

PUBLICIDADE

“Acredito que tem ainda no Brasil, infelizmente, pessoas que não se conformam que estejamos em uma democracia que tem legitimidade popular”, disse. “Essas pessoas torcem para o quanto pior melhor, e isso em todas as áreas, na economia e na política”, avaliou. Segundo a presidente, em nenhum país que se passou por dificuldades foi proposto ruptura da democracia. “Todos (que querem uma ruptura) esperando oportunidade para pescar em águas turvas. O Brasil tem solidez institucional”, ponderou. Ela afirmou que o governo procurou por todos os meios evitar a crise, mas não foi possível. 

Discurso. Em discurso de entregas de moradias do programa Minha Casa Minha Vida na cidade, Dilma criticou os que apostam "no quanto pior, melhor" para a política e a economia. Segundo ela, essa postura só leva ao pior, "porque nós conquistamos a democracia com imenso esforço e a base da democracia é a legalidade dada pelo voto de cada um". Em reação à fala da presidente, representantes de movimentos sociais presentes ao evento gritaram "não vai ter golpe".

Após um breve silêncio, a presidente emendou: "qualquer forma de encurtar o caminho da rotatividade democrática é golpe, sim. Principalmente quando esse caminho é feito só de atalhos questionáveis", afirmou. "Outro caminho é torcer para o Brasil piorar, ter o pessimismo na cabeça. Quem acha que tudo vai dar errado, chama o erro para si mesmo e quem acha que tudo está ruim, chama a dificuldade para si mesmo", completou a presidente.

Dilma pediu "tranquilidade" para reconhecer onde está o problema e afirmou que o governo tem adotado medidas para controlar a inflação "que corrói a renda do trabalhador e o lucro do empresário" e ainda, como qualquer família, para controlar o orçamento. "Se possível, fazer uma pequena, pequenininha poupança para os próximos anos, pois queremos assegurar programas sociais e investimentos", concluiu.

A presidente retorna a Brasília após participar, da cerimônia simultânea de entrega de 2.599 moradias do programa. São 2.343 residências em Presidente Prudente, no Oeste do Estado de São Paulo e outros 256 apartamentos em Cotia, na região metropolitana. O investimento total nos empreendimentos foi de R$ 179,11 milhões, segundo o Ministério das Cidades. 

Publicidade

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.