Último mandante da chacina de Unaí é julgado em Minas

Empresário cerealista Hugo Pimenta é o único dos outros três acusados de planejar o assassinato de fiscais do Ministério do Trabalho que ainda não foi condenado

Por Leonardo Augusto
Atualização:

Belo Horizonte - O empresário cerealista Hugo Pimenta começou a ser julgado nesta terça-feira, 10, por volta das 9h em Belo Horizonte como um dos mandantes da Chacina de Unaí. Os fazendeiros Antério Mânica, ex-prefeito da cidade, seu irmão, Norberto Mânica, e o também empresário cerealista José Alberto de Castro, outros três acusados do crime, já foram condenados, mas recorrem em liberdade. A Chacina de Unaí é como ficou conhecido o assassinato por pistoleiros de três fiscais e um motorista do Ministério do Trabalho e Emprego que trabalhavam na fiscalização de fazendas no município suspeitas de contratação irregular de trabalhadores. É o terceiro e último julgamento de mandantes da chacina, que aconteceu em 28 de janeiro de 2004. Norberto e José Alberto foram condenados respectivamente a 100 e 96 anos de prisão, em tribunal de júri para os dois. Antério, por ter sido prefeito, conseguiu julgamento em separado. Também pegou pena de 100 anos de prisão. Já Hugo vai a júri em separado por ter feito delação premiada. O empresário cerealista é acusado de ter intermediado, ao lado de José Alberto, a contratação dos pistoleiros que mataram os funcionários do Ministério do Trabalho, a pedido de Norberto e Antério, conforme a denúncia do Ministério Público Federal. Os pistoleiros já cumprem pena. Hugo prestou depoimento como testemunha de acusação tanto no julgamento de Norberto e José Alberto como no de Antério. O empresário nega participação nos assassinatos e declarou nos depoimentos aos tribunais de júri que Norberto é o mentor dos crimes, e que não tinha conhecimento da participação de Antério na chacina. O conselho de sentença que irá considerar Hugo culpado ou inocente é formado por quatro mulheres e três homens. A primeira fase do julgamento será para depoimentos de testemunhas arroladas pela acusação e defesa.  

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