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O presidente Michel Temer divide seus esforços no Legislativo com o mapeamento prévio de votos no Supremo Tribunal Federal

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Por Vera Magalhães
Atualização:

Tendo de recorrer a uma dança das cadeiras para tentar um placar favorável na Comissão de Constituição e Justiça e sem garantia de que a rápida erosão de seu apoio parlamentar evitará uma derrota também em plenário, Michel Temer divide seus esforços no Legislativo com o mapeamento prévio de votos no Supremo Tribunal Federal.

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O governo acredita que os 11 ministros da Corte são mais sensíveis que os deputados aos argumentos jurídicos da defesa, que contesta pontos importantes da denúncia de Rodrigo Janot contra Temer por corrupção passiva. Além disso, os aliados do presidente acham que o STF é mais blindado à pressão popular e ao argumento usado pelo relator na CCJ, Sergio Zveiter, de que na dúvida tem de prevalecer a sociedade.

Isso porque a simples abertura do processo afastaria Temer da Presidência. E mesmo os ministros do STF reconhecem que, uma vez afastado, dificilmente o presidente retornaria ao Planalto. A dificuldade, em casos recentes, de o Ministério Público produzir provas de corroboração de delações – verificada, por exemplo, em processos contra João Vaccari e ontem na acusação contra Lula feita por Delcídio Amaral – aumenta o dilema dos ministros do Supremo.

A existência de “indícios”, como apontou Zveiter, é considerada frágil demais por pelo menos quatro ministros. Assim, não é desprezível a possibilidade de a Câmara autorizar o STF a analisar a denúncia e, ainda assim, o tribunal não recebê-la. Seria mais um caso de crispação entre os Poderes produzida pela interminável crise política brasileira e suas situações inéditas.

PANTANOSOTrocas na CCJ não asseguram maioria de votos pró-Temer Por mais que o Palácio do Planalto divulgue uma maioria apertada na CCJ com as várias trocas de integrantes promovidas nos últimos dias, aliados mapeiam grandes chances de traição em partidos como DEM, PR, PSD e PP.

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SINA DO NOMERodrigo Pacheco dá sinais de abandonar tropa governista Não passou despercebida no Planalto a mudança de tom do presidente da CCJ, Rodrigo Pacheco, que condenou a intervenção na comissão. A declaração veio depois de reunião a portas fechadas com o relator Sergio Zveiter.

Tasso Jereissati, presidente do PSDB, e o governador de São Paulo Geraldo Alckmin Foto: Daniel Teixeira/Estadão

REVOADAAlckmin quer Marconi Perillo no comando do PSDB A troca definitiva de comando do PSDB é o interesse mais imediato de Geraldo Alckmin para pavimentar sua candidatura presidencial em 2018, e foi a principal razão que o levou a convocar a reunião de segunda-feira – antes, inclusive, do dilema sobre ficar ou sair do governo Michel Temer. O governador paulista quer seu colega de Goiás, Marconi Perillo, como novo presidente da legenda.

PARTE 3‘Parentesco’ de Maia e Moreira vira arma contra deputado Na linha de argumentação segundo a qual o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, manteria a crise caso substituísse Michel Temer no Palácio do Planalto, aqueles que são contra a candidatura do deputado do DEM questionam se ele teria coragem de demitir o ministro Moreira Franco, padrasto de sua mulher e investigado na Operação Lava Jato, e deixá-lo sem foro privilegiado.