UDR vê risco de confronto em invasões do MST

Movimento inicia neste mês jornada de ocupações conhecida como 'janeiro quente' para pressionar por reforma agrária

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Por Redação
Atualização:

SOROCABA - O presidente da União Democrática Ruralista (UDR), Luiz Antonio Nabhan Garcia, alertou neste domingo para o risco de enfrentamento entre sem-terra e fazendeiros durante a jornada de ocupações conhecida como "janeiro quente" do Movimento dos Sem-Terra (MST).

 

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Na semana passada, militantes invadiram três fazendas e dois prédios públicos no interior de São Paulo. A mobilização para pressionar o governo a acelerar a reforma agrária vai continuar até meados do mês, conforme anunciou o movimento. De acordo com Garcia, muitos fazendeiros que já sofreram invasões estão dispostos a impedir uma nova ocupação. "O proprietário pode exercer o direito legítimo de defesa da propriedade, mas nosso receio é de que possa acontecer alguma fatalidade."

 

Para o ruralista, como as invasões são anunciadas com antecedência, o governo tem o dever de agir para evitar que aconteçam. "As lideranças desses movimentos são conhecidas", disse. Ele criticou a decisão da nova secretária estadual de Justiça e da Defesa da Cidadania, Eloísa de Souza Arruda, de convidar as lideranças dos movimentos para uma reunião, na próxima terça-feira. "É inaceitável que o governo chame para o diálogo quem está fora da lei." Segundo ele, o Estado contribui para o conflito no campo ao reivindicar terras supostamente devolutas, como as do Pontal do Paranapanema.

 

No ano passado, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) acatou ação movida pelo Estado e declarou devolutos 92,6 mil hectares no Pontal. As terras se tornaram alvo do MST. "Os produtores trabalham nessas terras há mais de 100 anos, mas o governo se apega a um problema ocorrido nos tempos do império para alegar que são áreas públicas", reclama Garcia. A secretária da Justiça não foi localizada, mas a reportagem apurou que ela também se reunirá com representantes dos ruralistas, na próxima quinta-feira.

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