Tucano resgata covistas para disputar prévia

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Por Julia Duailibi
Atualização:

A pré-campanha no PSDB do secretário estadual de Meio Ambiente, Bruno Covas, à Prefeitura de São Paulo incorporou figuras ligadas ao seu avô, o governador Mario Covas, (1930-2001), algumas delas protagonistas de polêmicas na administração do tucano.Ex-secretários de Covas começaram a colaborar informalmente num esboço de programa de governo. Com a ajuda de quadros que fundaram o PSDB, Bruno também amarrou o apoio de militantes ligados a seu avô, que devem operar como cabos eleitorais nas prévias do PSDB, marcadas para março. Um deles, inclusive, foi indicado para uma função na Fundação Mario Covas.O promotor Marco Vinicio Petrelluzzi, secretário de Segurança de Covas, articula as reuniões entre Bruno e outros ex-secretários do governador em sua casa, na zona sul paulistana. Nos encontros, o pré-candidato é pautado sobre temas da cidade. Os ex-colaboradores de Covas também dão conselhos políticos a Bruno, que, aos 31 anos, é o mais jovem secretário de Geraldo Alckmin. Ele pretende disputar prévias contra políticos tradicionais da sigla, como os secretários Andrea Matarazzo (Cultura) e José Aníbal (Energia) e o deputado Ricardo Tripoli. Até as mensagens dos cartões de Natal enviados por Bruno a militantes passaram pelo crivo de integrantes do grupo. Havia o temor de que elas fossem interpretadas pelos adversários como campanha antecipada."Estamos juntando a velha guarda com a nova geração. Mas são os jovens que fazem o ataque da infantaria. A gente não consegue nem subir em poste mais", brincou Sergio Kobayashi, um dos veteranos em campanhas do PSDB, citando também o apoio de Bruno entre a juventude tucana. "A velha guarda está se aposentando ou já se foi. Não tem uma geração intermediária. Temos de dar crédito a essa nova geração", completou.Passaram pelos encontros na casa de Petrelluzzi, que começaram há cerca de dois meses, pelo menos outros oito ex-secretários de Covas: Belisário dos Santos Jr. (Justiça), Michael Zeitlin (Transportes), Hugo Marques da Rosa (Saneamento), José da Silva Guedes (Saúde), Cláudio Senna Frederico (Transportes Metropolitanos), Osvaldo Martins (Comunicação), Marcos Mendonça (Cultura) e o vereador Tião Farias, ex-secretário adjunto da Casa Civil.No grupo próximo a Bruno estão Gora Hama, ex-presidente da CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano), que já foi acusado de improbidade administrativa, e Mario Covas Neto, o Zuzinha, tio do secretário e pré-candidato a vereador, cujo nome também foi envolvido em supostas irregularidades na companhia. Cabo eleitoralAlém da ajuda dos ex-secretários, tradicionais militantes mergulharam na campanha de Bruno após pedido da família Covas. "Bruno é um cara inteligente. Conheci ele pequenino, quando andava com o doutor Mário Covas. Só tem velho por aí, acho que está na hora de trocar", disse Francisco de Assis Silva, o Chicão, militante influente no Itaim Paulista, zona leste da cidade, que recebeu Bruno na sua casa recentemente. Ele contou que a família lhe ofereceu uma cadeira na Fundação Mario Covas. Chicão será um dos 18 suplentes de conselheiro da entidade. Não há remuneração para exercer a função. A ação de covistas já incomoda os pré-candidatos, que disputam o espólio político de Covas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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