Atualizada às 17h40
RIO - Fiscais do Tribunal Regional Eleitoral do Rio (TRE-RJ) apreenderam nessa quarta-feira, 26, no complexo de favelas da Maré, na Zona Norte do Rio, 100 caixas de amostras grátis de remédios e cerca de 200 formulários de "Cheque Cidadão" junto a material de campanha de Anthony Garotinho (PR), candidato ao governo do Rio que vem liderando as pesquisas de intenção de voto. Para conseguir entrar pela primeira vez na Maré nesta eleição, os 80 fiscais do TRE-RJ precisaram de ajuda do Exército e de fuzileiros navais.
O complexo da Maré está ocupado desde abril deste ano pelas Forças Armadas e, em data ainda indefinida, deve receber também Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) da PM do Rio. Segundo o TRE-RJ, junto com as 100 caixas de medicamentos foram apreendidas listagem de entrega de cestas básicas e cronograma das equipes de campanha de Garotinho e de sua filha, Clarissa Garotinho (PR), deputada estadual que tenta a eleição para deputada federal. Também havia material de campanha de Guiga (PR), candidato a deputado estadual.
Junto com os formulários de "Cheque Cidadão" - um programa da prefeitura de Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense, governada pela esposa de Garotinho, Rosinha, que dá R$ 200 a "famílias em situação de vulnerabilidade socioeconômica" -, foram apreendidos 5 mil panfletos de Garotinho e Clarissa, 2 mil exemplares do informativo "Palavra de Paz" (um programa de rádio apresentado pelo candidato do PR) e "oito faixas com ataques" ao governador e candidato à reeleição Luiz Fernando Pezão (PMDB), ao candidato a deputado federal Pedro Paulo (PMDB) e ao prefeito Eduardo Paes (PMDB).
Também foram apreendidos três computadores e R$ 800. Ao todo, segundo o TRE-RJ, "uma tonelada" de placas irregulares foram recolhidas nas comunidades que integram o complexo da Maré. "Na localidade Vila dos Pinheiros, a maioria das placas encontradas era dos candidatos Gérson Bergher (PSDB) e Del (PSDC), além de Garotinho e Clarissa. O trabalho da fiscalização desta quarta-feira foi desencadeado após denúncia de que o conselho de moradores, localizado na Vila Ipiranga, funcionava como centro social", informou o Tribunal.
Em nota, o departamento jurídico do PR informou que "o partido ou seus candidatos não têm ciência, relação ou responsabilidade com o material apreendido", que "é de inteira responsabilidade de quem os portava ou acautelava, sendo certo que o Partido da República, assim como todas as agremiações políticas partidárias, não têm o controle ou ingerência pelo destino, uso ou armazenamento dos materiais após a sua entrega a militantes, candidatos ou simpatizantes".