TJ suspende censura a jornal no Paraná

Por JULIO CESAR LIMA
Atualização:

O presidente do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR), Clayton Coutinho Camargo, suspendeu, nesta quarta-feira, 4, ação que proibia notícias de denúncias contra ele pelo Grupo Paranaense de Comunicação (GRPCOM), que publica o jornal Gazeta do Povo. Camargo é investigado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) por suposta venda de sentença. Camargo ressaltou que o grupo produzia "factoides" contra ele. "Em um dado momento me vi compelido a utilizar a medida judicial para fazer cessar a interminável prática de criação de factoides contra minha pessoa", e para justificar sua decisão, disse que sua carreira "impõe sacrifícios". O presidente do TJ disse que nunca teve intenção de coibir as ações da imprensa. "Jamais foi minha intenção atacar um dos valores do qual sou ardoroso defensor, a liberdade de imprensa, e agora verifico que para continuar minha caminhada frente ao Poder Judiciário do Paraná a providência judicial que adotei é dispensável, razão pela qual desisto a esse direito", afirmou.O diretor executivo do grupo, Guilherme Döring Cunha Pereira, disse que o jornal sempre manteve uma postura de independência e fez seu trabalho com isenção. "Nós publicamos as reportagens privilegiando a informação, dando os fatos de forma jornalística e isso que aconteceu nos entristece, pois partiu de quem deveria justamente garantir esse direito, a liberdade de imprensa", comentou. Pereira aguarda o desfecho de um recurso proposto pela empresa. "Vamos levar esse caso até o fim, para que prevaleça a liberdade de imprensa que sempre defendemos", comentou.

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