SÃO PAULO - Testemunhas relataram ao Ministério Público de São Paulo que uma espécie de consórcio informal composto por empresas de amigos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva financiaram a reforma no sítio de Atibaia, no interior de São Paulo, que era frequentado pelo petista e a família dele.
As informações sobre os relatos dessas testemunhas à Promotoria foram publicadas na edição desta quinta-feira, 4, do jornal Folha de S. Paulo. Segundo a reportagem, pelo menos três empresas teriam participado das obras no imóvel: a do pecuarista José Carlos Bumlai, dono da Usina São Fernando, a OAS e a Odebrecht. As três são investigadas pela Operação Lava Jato.
As testemunhas relataram ainda que a usina dirigida por Bumlai teria contratado os serviços do arquiteto Igenes dos Santos Irigaray Neto para iniciar a reforma no sítio. Ainda de acordo com os relatos colhidos pelo Ministério Público, a empresa de Bumlai também teria bancado a mão de obra para construir uma casa anexa ao sítio, com quatro suítes, ao preço de R$ 40 mil.
A reportagem revelou ainda que Marisa Letícia, mulher de Lula, teria ainda chamado uma "empresa de verdade" para acelerar as obras do sítio. Tal empresa teria sido a Odebrecht, segundo testemunhas ouvidas pelo Ministério Público.
O sítio, com cerca de 173 metros quadrados, é propriedade de Jonas Leite Suassuna Filho e Fernando Bittar, sócios de um dos filhos de Lula.
Bumlai, que está preso desde novembro, é amigo de Lula e confessou na Justiça ter repassado ao PT R$ 12 milhões oriundos de um empréstimo feito junto ao Banco Schain. O banco foi recompensado com um contrato de R$ 1,6 bilhão na Petrobrás. Marcelo Odebrecht também está preso sob acusação de estar envolvido no esquema de pagamento de desvio de dinheiro da Petrobrás.
O Instituto Lula não comentou as informações publicadas pelo jornal.