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Teori diz que vazamento de delações é 'lamentável'

Ministro, contudo, fez a ressalva de que o conteúdo vazado não era propriamente do depoimento das delações

Por Breno Pires e Rafael Moraes Moura
Atualização:
Teori Zavascki Foto: André Dusek|Estadão

Brasília - Responsável pela Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, o ministro Teori Zavascki chamou de "lamentável" o fato de ter havido vazamento de conteúdo de delações de executivos e ex-executivos da Odebrecht. Entretanto, Teori fez uma ressalva de que o conteúdo vazado não era propriamente do depoimento das delações — de certa forma, minimizando as chances de vir a anular.

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"Pelo que vi, não foi propriamente um depoimento que foi vazado. Pelo que eu vi. Mas, de qualquer modo, é lamentável que estas coisas aconteçam. É lamentável", afirmou Teori Zavascki, na manhã desta segunda-feira, 19, após a última sessão do Supremo antes do recesso de fim de ano. Foi a primeira vez em que Teori falou sobre o vazamento.

A declaração do ministro vem no dia em que o STF recebeu da Procuradoria-Geral da República o material completo da delação premiada de 77 executivos e ex-executivos da Odebrecht. Os relatos, documentados por escrito e em vídeo, somados aos anexos e provas apresentadas pelos delatores, estão guardados na sala-cofre do STF, no terceiro andar — com acesso apenas à equipe de Teori.

O ministro afirmou que a equipe dele irá se debruçar sobre os documentos em janeiro. "Em face dessa excepcionalidade, nós vamos trabalhar". Ele disse que vai "dar o ritmo normal", sem preocupação com acelerar o processo. "Da parte que me toca, não vai ter atraso", disse, observando que vai monitorar o andamento mesmo se não estiver presente em Brasília.

No entanto, Teori não deu prazo para a conclusão da análise e afirmou que seria "futurologia" falar se seria possível concluir ainda em janeiro. 

Ainda sobre o trabalho sob sua coordenação, o ministro disse que não será preciso, a princípio, reforçar a equipe. "Tenho volume quando tem denúncias oferecidas e pedidos de medidas cautelares, mas meu trabalho está em dia, e o tribunal tem me proporcionado todo o material humano que eu preciso para isso", disse, descartando que pedirá equipe exclusiva para a Lava Jato. "(Mas) Se precisar, eu vou utilizar mais gente", disse.

Teori comentou também, na entrevista, que 2016 foi um ano difícil. "Foi um ano muito difícil para o Brasil. Vamos esperar que as coisas melhorem", disse. Esta foi a primeira entrevista de Teori em público sobre as delações da Odebrecht. 

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