Temer volta a desejar felicidade a Eduardo Cunha após acusação de ex-aliado

Reação é referente à declaração de deputado cassado de que presidente convocou reunião com ex-executivo da Odebrecht para concluir acordo de propina de US$ 40 milhões ao PMDB

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Por Tania Monteiro
Atualização:

BRASÍLIA - O presidente Michel Temer voltou a desejar felicidades ao ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, que o acusou de ter se "equivocado nos detalhes" quando falou sobre um encontro com ex-presidente da Odebrecht Engenharia Industrial Márcio Faria da Silva.

O ex-deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ) (04/11/2015) Foto: Dida Sampaio/Estadão

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"Eu não digo nada sobre isso e desejo a maior felicidade para ele", respondeu Temer ao ser questionado se responderia ao ex-deputado, que está preso no Complexo Médico Penal, em Pinhais. Em depoimento gravado no âmbito das investigações da Lava Jato, Faria da Silva disse que o encontro se deu no escritório político de Temer, em Alto de Pinheiros, em São Paulo, em 15 de julho daquele ano. Segundo ele, Temer comandou reunião de acerto de propina de US$ 40 milhões ao PMDB. Temer negou a versão do ex-diretor, enquanto Cunha declarou em carta, na segunda-feira, 17, que Temer foi quem convocou a reunião. A afirmação do presidente foi feita no Itamaraty, após participar de cerimônia do Dia do Diplomata, quando foi indagado sobre as ameaças de seu ex-aliado, que promete fazer delação premiada.

O primeiro desejo de felicidade ao ex-aliado ocorreu na terça-feira, 18, quando Temer afirmou não estar preocupado com a possibilidade de o ex-aliado firmar acordo de delação premiada. "Mais uma vez no plano da subjetividade, não estou preocupado com o que ele vai fazer. Espero que ele seja feliz. Foi um deputado atuante, eficiente, mas não sei o que ele vai fazer. Não tenho que me incomodar com isso", disse Temer em entrevista concedida nesta segunda-feira, 17, ao jornalista Kennedy Alencar, do SBT Brasil.

Mesada. O ex-presidente da Odebrecht infraestrutura Benedicto Junior confessou, em delação premiada, que a empreiteira pagou R$ 19,7 milhões a Cunha para que o peemedebista exercesse influência sobre a liberação de recursos do FI-FGTS para obras do Porto Maravilha, no Rio de Janeiro. Os pagamentos teriam sido feitos por meio de 36 parcelas de R$ 547 mil cada pagas entre 2011 e 2014. A reportagem entrou em contato com a defesa de Cunha, mas não obteve resposta. 

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