SÃO PAULO - O presidente Michel Temer disse lamentar as investigações contra o coronel da reserva da PM João Baptista Lima Filho, seu amigo pessoal e apontado por delatores como suposto intermediário de propinas para o presidente. "Lamento muito que esteja acontecendo isso", disse. "Ele acabou sendo vítima dessa relação que teve comigo ao longo do tempo", completou Temer, ao programa Poder em Foco, do SBT. A entrevista foi transmitida na madrugada desta segunda-feira, 7, mas foi gravada na sexta-feira.
O nome do coronel Lima voltou ao noticiário na semana passada dentro das investigações que apuram se a reforma da residência de Maristela Temer, filha do presidente, foi utilizada para lavar dinheiro de propina. Fornecedores que trabalharam na obra admitiram ter recebido pagamentos em dinheiro da mulher do coronel. Já no mês passado, o Ministério Público Federal afirmou, em aditamento de denúncia, que o coronel Lima e o advogado e ex-assessor do Palácio do Planalto José Yunes auxiliavam integrantes do MDB na arrecadação de propina, em especial para Temer. O Planalto negou todas as acusações.
Na entrevista, o presidente foi também indagado sobre a liberação das drogas no País, tema que ele diz ver com preocupação. "O aspecto medicinal, quem sabe podemos examinar para a liberação (no caso da maconha), mas outras drogas mais pesadas eu acho perigoso", afirmou.
O presidente está próximo de completar dois anos no Planalto e se diz feliz com os resultados. Segundo ele, mesmo com "uma campanha deliberada para enfraquecer o governo", passos importantes foram dados em diversas áreas.
+++ Temer sanciona R$ 4 bilhões em royalties para Estados e municípios