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Temer deve fazer pronunciamento às 16h

Além de Eliseu Padilha e Moreira Franco, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia estão com o presidente e seguem discutindo a situação do governo

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Por Carla Araujo
Atualização:

BRASÍLIA - O presidente Michel Temer, que esteve reunido com seus auxiliares desde as 9h da manhã em seu gabinete, fez um pronunciamento às 16h e assegurou que não renunciará ao cargo. Ele disse, ainda, que não comprou o silêncio de ninguém e que sempre honrou o nome. Temer não conseguiu cumprir a extensa agenda que tinha se proposto para esta quinta-feira em que desejava aparentar “normalidade” e com os desdobramentos da Operação Patmos, com base na delação de Joesley Batista, da JBS, avalia com seus auxiliares como vai responder.

Presidente Michel Temer reúne-se com ministros e deve se pronunciar às 16h Foto: Dida Sampaio/Estadão

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O gabinete presidencial está viveu um “entra e sai” de ministros e aliados. Os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-geral da presidência) e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, estiveram com o presidente e seguem discutindo a situação do governo. O presidente justificou a demora em se pronunciar, pois disse que estava esperando os áudios do empresário que “até o momento não consegui”. “Ressalto que só falo agora dos fatos de ontem porque tentei conhecer primeiramente o conteúdo de gravações que me citam. Solicitei oficialmente ao supremo tribunal federal acesso a estes documentos. Até o presente momento não consegui”, disse.

O presidente disse ainda que exige investigação “plena e muito rápida para esclarecimentos ao povo brasileiro”. “Não podem tardar as investigações”. “Esta situação não pode persistir por muito tempo. Não podem tardar as investigações. Tanto esforço e dificuldades superadas. Meu único compromisso é com o Brasil. Só este compromisso que me guiará”, finalizou.

Segundo aliados, a situação é “deliciada” e está “difícil encontrar uma saída para o governo”. Apesar disso, Temer tem dito que está firme e que tem as explicações. “O momento é de aguardar”, disse uma fonte.

Interlocutores lembram que Maia e, além de o sucessor de Temer em caso de renúncia, o responsável por dar andamento aos processos de impeachment que estão sendo protocolados. No Planalto, a avaliação - apesar de admitirem que a base aliada esta em dispersão- é de que Maia ainda é um aliado de Temer.

Imbassahy, que é do PSDB, esteve com Temer de manhã, mas segundo fontes deixou o Planalto para se reunir com parlamentares da legenda, já que o presidente da sigla Aécio Neves também está no centro da crise causada pela delação de Joesley.

O clima no Planalto segue “pesado” e de “muita incertezas”. Auxiliares admitem que se realmente dor verdade a gravação do presidente Temer com o executivo “o governo acabou”. No inicio da manhã, a palavra renuncia estava sendo evitada, mas nos corredores já era admita. Há pouco uma fonte afirmou que “a pressão pela renuncia só cresce”.

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Justificativa. Segundo fontes, ontem ao saber que havia sido gravado dizendo ao empresário que “tem que manter isso, viu” em referencia a uma ajuda pelo suposto silêncio de Eduardo Cunha, Temer justificou dizendo que na conversa Joesley afirmou que a família de Cunha estava passando por problemas.

Segundo um aliado de Temer, o empresário da JBS começou a conversa com o presidente falando de problemas pessoais e da empresa e em seguida relatou que Cunha estava também em dificuldades e que, por isso, decidiu o ajudar. Ai então, Temer justificou: “tem que manter isso, viu”. (Carla Araújo e Tania Monteiro)