Temer defende Graça Foster e diz não haver acusação formal

Para vice, há apenas acusação 'pessoal' contra presidente da Petrobrás; ele evita falar sobre saída da dirigente da estatal, mas afirma que Dilma decidirá pelo 'melhor'

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Por Tiago Rogero
Atualização:
Vice-presidente, Michel Temer (PMDB-SP) Foto: Wilton Júnior/Estadão

RIO - O vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), afirmou na manhã desta terça-feira, 16, que não há "acusação formal" contra a presidente da Petrobrás, Graça Foster, mas sim "pessoal". Em relação à permanência de Graça à frente da estatal, o peemedebista disse que a presidente Dilma Rousseff decidirá "o que for melhor". "Mas, seja qual for a medida a ser tomada, não será nada envolvendo os critérios pessoais de conduta, da lisura da presidenta Graça Foster", afirmou o vice-presidente, que participou de debate promovido pelo PMDB no Rio sobre a reforma política.

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"Não vejo nenhuma acusação formal em relação à presidenta Graça Foster. Uma coisa, portanto, é a questão da pessoalidade dessa acusação, outra é a questão administrativa", disse Temer sobre a denúncia de que a presidente da Petrobrás teria sido alertada das irregularidades na estatal antes de a Operação Lava Jato ser deflagrada pela Polícia Federal, em março deste ano.

O peemedebista minimizou o fato de a CPI mista da Petrobrás ter finalizado seu relatório sem indiciamentos. "A conclusão da CPI é remetida ao Ministério Público, que vai verificar se toma providências penais ou não. O Ministério Público está tomando todas as providências que deveria tomar. A Polícia Federal já está fazendo todas as investigações que deve fazer. De modo que o fato da CPI ter concluído (seu relatório) desta ou daquela maneira não influencia o juízo seja do Ministério Público, do Poder Executivo, por meio da Polícia Federal, ou depois pelo Judiciário."

Para o vice-presidente, o momento atual da Petrobrás, com ações novamente em queda, é "transitório". "É natural que neste momento, em face de todo o noticiário e de todas as questões envolvidas, haja essas eventuais perturbações econômicas na Petrobrás, mas eu tenho absoluta convicção de que, superado este momento inicial, vamos ter a Petrobrás do tamanho que ela é", afirmou.

Disputa na Câmara. Temer comentou as declarações do deputado federal Arlindo Chinaglia (PT-SP), que tenta formar uma maioria contra a candidatura do líder do PMDB, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), à presidência da Câmara, e que afirmou nessa segunda-feira, 15, não ter sido procurado pelo vice-presidente. Temer, também presidente nacional do PMDB, afirmou que "tem conversado com todos" sobre a eleição na Casa. Ele disse ainda que está "propondo" que seja realizado rodízio entre os partidos na presidência da Câmara, o que seria "útil para o País".

Após o seminário sobre reforma política, Temer disse ser pessoalmente favorável ao fim da reeleição, com mandatos de "seis ou cinco anos".

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