Temer adia envio de proposta sobre aposentadoria para depois das eleições

Presidente sofreu pressão de aliados para não enviar projeto com a reforma da Previdência ao Congresos para evitar desgaste de candidatos de partidos aliados em disputas locais

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Foto do author Vera Rosa
Por Tania Monteiro , Erich Decat e Vera Rosa
Atualização:

Brasília – Em mais um recuo do Palácio do Planalto, o presidente Michel Temer cedeu à pressão dos parlamentares e das centrais sindicais e concordou em deixar o envio da reforma da Previdência para depois das eleições. “Antes das eleições não irão mais”, declarou o deputado Paulo Pereira da Silva (SD), da Força Sindical, ao explicar que, na semana que vem, deverá ser promovida uma nova reunião com as centrais sindicais, no Planalto. Temer jantou na noite desta terça-feira no Palácio do Alvorada com ministros e líderes dos partidos da base aliada.

Com isso, o envio da reforma poderá ser enviada apenas em novembro, depois do segundo turno. Mas a ideia do governo é que comece a ser apreciada ainda este ano. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, também tinha se declarado contra o envio da proposta antes das eleições.

Acerto de contas. Alexandre de Moraes (esq.) participa de jantar oferecido por Michel Temer a ministros e líderes aliados Foto: André Dusek|Estadão

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Como o texto final não está fechado ainda, Temer concordou em discutir mais as medidas a serem propostas. O presidente quer discutir mais o assunto e até mesmo fazer campanhas para apresentar as ideias de mudanças, para tentar reduzir as resistências. Mas a ideia desagrada alguns setores do governo, como a área econômica, que entendia que o envio seria um sinal positivo e uma demonstração ao mercado da real intenção de Temer de levar adiante os ajustes prometidos. Os políticos são contra a ideia por temerem que esta proposta possa atrapalhar o desempenho de vários candidatos nas eleições municipais.

Temer também pretende se reunir com aliados, a exemplo do que fez nesta terça-feira para defender a PEC dos gastos públicos, para tratar da reforma da Previdência e pedir apoio dos parlamentares. Para isso, o governo irá preparar, também planilhas e dados para ajudar deputados e senadores a defenderem a ideia.

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