Rival do PT na disputa pela hegemonia no campo da esquerda até o começo dos anos 1990, o PDT acabou virando um partido auxiliar a partir de 1998, quando o ex-governador Leonel Brizola aceitou ser candidato a vice-presidente na chapa liderada por Luiz Inácio Lula da Silva.
Nas campanhas presidenciais seguintes, os pedetistas chegaram a apoiar Ciro Gomes em 2002 e a lançar Cristovam Buarque em 2006, mas foram atraídos para a órbita lulista nos segundos turnos das duas disputas.
A partir do primeiro mandato de Lula na Presidência, houve alinhamento também no Congresso, principalmente até a eclosão do escândalo do mensalão. Até o primeiro semestre de 2005, o PDT tinha taxa de governismo de 82% na Câmara dos Deputados, segundo o Basômetro, ferramenta online do Estadão Dados que permite a análise do comportamento de parlamentares e partidos em uma série histórica de votações (estadaodados.com/basometro).
Após as primeiras denúncias do mensalão, a taxa de alinhamento dos pedetistas às posições do Palácio do Planalto nas votações da Câmara caiu para 64%. Na média do primeiro mandato de Lula, o índice ficou em 77%, um pouco abaixo do PMDB (83%) e distante do PSB (95%).
No segundo mandato do petista, o PDT foi ainda mais fiel ao Palácio do Planalto: a taxa de governismo do partido subiu para 91%, superior a do PMDB e do PSB (ambos com 90%).
Com a posse de Dilma Rousseff – ela própria uma ex-integrante do PDT –, a taxa de apoio caiu para 76%. O esfriamento se deu principalmente nos dois últimos anos do primeiro mandato – até 2012, o índice era de 83%. O início do segundo mandato de Dilma marca o maior afastamento entre PDT e governo ocorrido nos últimos 12 anos. Nas 43 primeiras votações de 2015 na Câmara, segundo o Basômetro, o partido teve taxa de alinhamento ao Planalto de apenas 62%. Ainda assim, a taxa de fidelidade superou a do PMDB, que foi de 61%.