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Tarso participa da cerimônia Kuarup com índios no Xingu

Ministro da Justiça brinca com crianças em cerimônia em homenagem aos mortos

Por AE
Atualização:

O ministro da Justiça, Tarso Genro, participou neste domingo no Alto Xingu, em Mato Grosso, da cerimônia Kuarup da tribo dos Yawalapitis. Festa dos mortos, ritual mais importante do Alto Xingu, o Kuarup ocorre anualmente em agosto e tem o papel político de aproximar as comunidades indígenas às autoridades brancas. Tarso estava acompanhado da mulher, Sandra Genro, e do Presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai). O ministro brincou com crianças e tomou banho de rio com os líderes indígenas. A cerimônia foi preparada pelos índios Kuikuro junto aos aliados Kalapalo, tendo como convidados as tribos das demais aldeias do Xingu. A cerimônia teve comidas típicas com beiju, mingau de farinha de mandioca e peixe moqueado (assado e defumado sobre uma grelha). A mandioca para a festa é fornecida pelo familiar mais importante do principal morto homenageado - no Kuarup deste mês o homenageado era Jakalo, um dos chefes kuikuro, filho de Nahu e Sesuaká, que morreram recentemente. Os familiares dos mortos homenageados trouxeram do mato os troncos cortados da árvore de uma determinada espécie (é chamada de kuarup pelos Kamayurá, um dos 14 povos do Alto Xingu). Segundo a mitologia xinguana, foi dessa árvore que o criador dos homens "fez as mulheres e as enviou para se casarem com o jaguar (onça). Os troncos foram fincados abaixo de uma pequena cobertura de taquara, ao lado da casa dos homens (ela guarda as flautas rituais, que não podem ser vistas pelas mulheres e fica no centro do pátio da aldeia). Depois, foram pintados e enfeitados como um xinguano. Há uma decoração para os homens e outra para as mulheres, dependendo do morto que representam. Enquanto acontece a preparação da festa, homens portando as flautas duplas conhecidas como atanga, vão de maloca em maloca na aldeia em companhia das adolescentes que saem de um tradicional período de reclusão. A reclusão das moças acontece na época em que elas têm a primeira menstruação e marca a passagem entre a infância e a vida adulta - ao final do ritual, elas estão prontas para casar-se. * Com Agência Brasil

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