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Supremo mantém liberdade para Renato Duque

Ex-diretor de Serviços da Petrobrás, indicado pelo PT, é acusado de envolvimento com o esquema de propinas na estatal

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Foto do author Beatriz Bulla
Por Beatriz Bulla e
Atualização:
A Justiça Federal condenou o ex-diretor de Serviços da Petrobrás a 50 anos,11 meses e dez diasde prisão por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e associação criminosa. Ele chegou a ser preso na 7ª fase da Lava Jato, em novembro de 2014, mas foi solto no mês seguinte, por liminar do STF. Foi preso novamente em março de 2015, porque, segundo a PF, tentou ocultar patrimônio não declarado mantido na Suíça, e denunciado criminalmente. Foto: Marcos de Paula/Estadão

Atualizado às 23h24 

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Brasília - Ministros da 2.ª Turma do Supremo Tribunal Federal decidiram manter o ex-diretor de Serviços da Petrobrás Renato Duque em liberdade. Ele foi preso em novembro de 2014 na 7.ª fase da Operação Lava Jato, mas liberado após o relator do caso no STF, ministro Teori Zavascki, conceder habeas corpus em caráter liminar, em dezembro.

Duque foi citado em depoimentos do ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa, do doleiro Alberto Youssef e do executivo Julio Camargo como um dos envolvidos no esquema de propinas e cartel na Petrobrás.

Nesta terça-feira, 10, a 2.ª Turma analisou a decisão liminar de Zavascki e confirmou, por unanimidade, a posição do relator. Ao proferir seu voto, ele lembrou que a prisão preventiva, na qual se encontrava Duque, é a “medida cautelar mais danosa, que desafia a presunção de inocência”. “É verdade que sobejam elementos indicativos da materialidade e autoria de crimes graves”, admitiu, ponderando que “até agora não foi apresentada denúncia contra o paciente”.

O relator votou pela concessão parcial do habeas corpus, para que Duque continue em liberdade, mas com adoção de medidas restritivas, como apreensão de passaporte. A decisão levou em conta o fato de a prisão de Duque – decretada pelo juiz da 13.ª Vara Federal Criminal da Justiça Federal no Paraná, Sérgio Moro – ter sido baseada apenas no risco de fuga do ex-diretor.

“A custódia cautelar do paciente está calcada em uma presunção de fuga, o que é rechaçado categoricamente pelo precedente desta Corte”, disse o relator.

Moro havia argumentado que, pelo fato de Duque ter dinheiro no exterior, teria motivações e condições de sair do País. Diante desse argumento, Zavascki disse que, se fosse por essa razão, todos os acusados na Lava Jato teriam condições de deixar o Brasil. “Se esse fosse um fundamento legítimo teríamos de decretar prisão preventiva para todos os investigados.”

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Os ministros Cármen Lúcia e Gilmar Mendes votaram a favor de Duque. O decano Celso de Mello não compareceu à sessão.

‘Duvidoso’.O advogado de Duque, Renato de Moraes, questionou o uso da delação premiada como meio de prova. “O depoimento do delator ser tratado como prova é duvidoso. São delações sobre delações que vêm a lume e que precisam ser comprovadas. Essas pessoas têm de indicar caminhos e dados que possam comprovar (o que foi dito)”, disse Moraes. O advogado afirmou ainda que só a presunção de fuga de Duque e a gravidade dos fatos investigados não sustentam a prisão provisória. 

 

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