Suécia oferece caças pela metade do preço do Rafale

Em entrevista coletiva, vice-ministro de Defesa sueco afirma que país procura 'parceiros e não compradores'

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Por Redação
Atualização:

O vice-ministro de Defesa da Suécia, Hakan Jevrell, afirmou nesta quinta-feira, 17, durante coletiva de imprensa, que seu país “não está buscando compradores, mas parceiros” para a elaboração do projeto do caça Gripen NG. Segundo ele, caso opte pela proposta sueca – que será apresentada, juntamente com as demais propostas, no próximo dia 21 – o Brasil poderá comprar dois aviões pelo preço de um, conforme oferta dos concorrentes.

 

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Jevrell fez as declarações antes de se reunir com o ministro da Defesa, Nelson Jobim. O vice-ministro garantiu que a Suécia e a Saab, empresa fabricante do caça Gripen NG, estão 100% comprometidas com a transferência de tecnologia para o Brasil. “Não buscamos um comprador. Buscamos uma parceria estratégica e cooperação de longo prazo para as futuras gerações do poder aéreo e do desenvolvimento industrial”, disse.

 

“A Suécia pode oferecer um programa de desenvolvimento conjunto de uma aeronave, com a Embraer, que tem como principal característica a capacidade de se adaptar às necessidades específicas de cada usuário”, afirmou.

O vice-ministro garantiu que a proposta que será apresentada ao governo brasileiro será muito atrativa. Segundo ele, o caça Gripen NG é o que apresenta menor custo por ciclo de vida. Além disso, “a Suécia oferecerá um financiamento bastante favorável ao Brasil”, caso seu caça seja o escolhido, garantiu Jevrell.

Apesar da garantia de transferência de tecnologia, o Gripen não utiliza nem motor nem radar com tecnologia sueca. O motor é norte-americano e o radar, italiano.

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“A grande vantagem para o Brasil seria a possibilidade de integrar constantemente novos sistemas ao caça. A filosofia sueca é de que a célula dure 40 anos. Para manter o caça como top de linha, é fundamental que utilize plataformas que comportem computadores cada vez mais rápidos e softwares sempre atualizados. Essa é a característica mais marcante do Gripen”, explicou o presidente da Saab no Brasil, Bengt Janér.

“Já a filosofia tradicional é de utilizar uma plataforma de 15 anos e, então, fazer uma atualização de meia-vida”, acrescentou. Segundo Janér, os caças suecos estão constantemente atualizados porque mantêm a “massa crítica” funcionando. “Se você parar durante 15 anos, boa parte do pessoal que estava envolvido no projeto provavelmente não estará mais trabalhando. Nossa filosofia é de estar sempre mexendo para estar sempre com o produto atualizado”, argumenta.

Ele cita, como exemplo, os radares atuais, que “são menos capazes dos que os que estão por vir”, com varredura eletrônica e mais pesados em termos de softwares. “Nossa proposta permitirá ao Brasil estar com seus caças sempre atualizados e sem depender de apenas um fornecedor de equipamentos”, garante o presidente da Saab no Brasil.

“O que queremos é, com o desenvolvimento de um projeto conjunto ente os dois países, dar ao Brasil a liberdade de fazer as modificações no futuro, com ou sem a Suécia”, resumiu.

 

 

Com informações da Agência Brasil

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