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Sobrevivente de tortura reconhece seis agentes de Casa da Morte no RJ

Entre eles está o oficial da reserva Antônio Fernandes Hughes de Carvalho, apontado como responsável por torturar o ex-deputado Rubens Paiva

Por Clarissa Thomé
Atualização:

RIO - Única sobrevivente da Casa da Morte, centro de tortura mantido pela ditadura militar em Petrópolis, Inês Etienne Romeu reconheceu o oficial da reserva Antônio Fernandes Hughes de Carvalho como um dos torturadores que atuava no local. Em depoimento à Comissão Estadual da Verdade do Rio, na manhã desta terça-feira, 25, Inês reconheceu por foto outros cinco agentes como torturadores.

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Antônio Fernandes Hughes de Carvalho, que já morreu, é apontado em depoimentos à Comissão Nacional da Verdade como o responsável pela tortura do ex-deputado federal Rubens Paiva, morto em 1971, cujo corpo nunca foi encontrado.

Até então, Inês Etienne Romeu só havia reconhecido por foto o médico Amílcar Lobo Moreira da Silva e Ubirajara Ribeiro de Souza. Com dificuldades para falar e se locomover, por causa de um acidente doméstico, Inês, de 69 anos, chegou em cadeira de rodas à audiência da comissão que trata da Casa da Morte, realizada no Arquivo Público Nacional. Ela foi integrante da organização guerrilheira VAR-Palmares e ficou 96 dias em cativeiro, período no qual foi torturada.

Inês não reconheceu por imagens os oficiais Paulo Malhães e José Brandt Teixeira. Malhães é esperado na audiência desta terça-feira e será questionado sobre o centro de tortura.

Recentemente, o coronel assumiu, em relatos divulgados jornais O Globo e O Dia, ter participado da operação para fazer desaparecer o corpo de Rubens Paiva.

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