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Sistema político brasileiro está em colapso, diz Ciro Gomes

Ex-ministro da Fazenda acredita existir vácuo de poder no Brasil

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Por Álvaro Campos
Atualização:

O ex-ministro da Fazenda e ex-governador do Ceará, Ciro Gomes, disse há pouco no evento Brazil Conference, promovido pela Universidade Harvard e o MTI, que o sistema político brasileiro está em colapso. Segundo ele, o êxito civilizatório de uma nação depende da obra política, que coordena o desenvolvimento, mas no Brasil hoje existe um vácuo de poder.

"Esse vácuo é substituído por interesses pessoais, um movimento de ascensão pentecostal e ladroeira. Eduardo Cunha não virou presidente da Câmara - sendo o bandido que é - por acaso. Ele comprou 250 deputados", comentou Ciro. Ele também criticou o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que em 1998 abandonou uma agenda de reformas estruturantes em troca da mudança na Constituição para autorizar sua reeleição.

Ciro Gomes éex-ministro da Fazenda e ex-governador do Ceará Foto: André Dusek|Estadão

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Segundo Ciro, por detrás do êxito civilizatório de uma nação existem três elementos: alto nível de formação bruta de capital, "que é consequência de arranjos institucionais que a política faz"; coordenação estratégica entre governos empoderados, empreendedores em consenso com essa visão e universidades comprometidas a construir respostas; e investimento em formação de pessoal.

O ex-governador comentou que a recente melhora na balança comercial do Brasil ocorre apenas em função da recessão, mas o problema nas contas externas é estrutural. "Nosso déficit na balança comercial de manufaturados já está em US$ 110 bilhões. A gente foi adiando o confronto desse problema, atenuando a percepção da catástrofe, em função de um ciclo positivo de preços de commodities", explicou.

Segundo ele, hoje esse superciclo das commodities acabou e isso afeta a economia brasileira, independentemente de quem seja o presidente. "Hoje, a produção do pré-sal custa US$ 41 o barril e nós estamos vendendo a US$ 30. Isso é real, não adianta dizer que é culpa de Dilma, de Lula", comentou.

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