PUBLICIDADE

SIP avalia que crescem riscos para imprensa

Relatórios sobre liberdade de expressão falam de graves abusos na Venezuela e na Argentina

Por Gabriel Manzano
Atualização:

Os relatórios sobre a liberdade de imprensa nas Américas levados à Reunião de Meio de Ano da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), que se realiza na Cidade do Panamá, apontam um agravamento da situação na Venezuela, na Argentina, no México e na Colômbia. O balanço geral informa um total de seis mortes nos últimos seis meses.

PUBLICIDADE

Os 21 relatórios das delegações presentes começaram a ser lidos ontem de manhã, na Comissão de Liberdade de Expressão e Informação da entidade. Depois de votados, eles resultarão no documento final a ser divulgado na segunda-feira.

O documento da Venezuela é talvez o mais contundente de todos. Ele afirma que “a hegemonia da mídia oficialista é um fato indiscutível”, que “o trabalho jornalístico tornou-se impossível” e que restam poucos meios independentes. O texto afirma que entre outubro e dezembro de 2014 registraram-se 42 casos de ataques ou restrições e vários jornais foram fechados.

Na Argentina, a mídia “enfrenta uma guerra aberta” declarada pelo governo Cristina Kirchner, que se agravou desde o assassinato do promotor Alberto Nizman, em fevereiro. No último ano o governo dobrou, sem autorização, as verbas para publicidade e só as destina a jornais que o apoiam.

Na Colômbia, houve no período de seis meses 131 casos de agressão direta, duas mortes de profissionais e um total de 164 vítimas. Desde 1977, diz o balanço colombiano, “dos 144 casos de assassinatos de jornalistas houve condenação em apenas 19 casos”.

Desafio cubano. Um dos pontos altos da sessão foi a presença da blogueira cubana Yoani Sanchez, que leu o relatório de seu país – onde se fala de 9 mil prisões de curta duração – e respondeu a várias perguntas da plateia. Segundo ela, “apesar do anúncio sobre reatamento de relações entre Cuba e EUA, ainda não se notaram melhorias no exercício do jornalismo ou no acesso da população a canais de informação”. Mas ela acrescentou que os cubanos “já se tornaram experts em enfrentar e driblar as proibições”. Em sua avaliação, “a questão da liberdade de informação será um dos grandes testes para Cuba, em sua reaproximação com os EUA”. 

Programação

Publicidade

Domingo

9 horas Homenagem a Gabriel Garcia Marquez 11 horas Painel “Debilidade institucional: um peso para a América Latina” 12h30 Painel “Uma nova América? O impacto geopolítico após o acordo EUA-Cuba” Segunda-feira 9 horas Conclusão dos debates sobre os relatórios nacionais de liberdade de expressão 12h30 Relatório sobre sedes de futuros encontros e encerramento com a palestra do presidente da SIP, Gustavo Mohme: “Nossos desafios futuros”

Painel. Debate durante reunião da SIP, na Cidade do Panamá Foto: SIP; AMÉRICAS; PANAMÁ

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.