Sindicalista chegou ao PT indicado por Berzoini

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Por Redação
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Em 2010, o então secretário de Finanças do PT, João Vaccari Neto, virou réu em um processo por estelionato, formação de quadrilha, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro da Bancoop, cooperativa habitacional do Sindicato dos Bancários, do qual foi presidente. De acordo com a denúncia do Ministério Público, a Bancoop gerou prejuízo de R$ 70 milhões aos cooperados, na maior parte bancários como ele próprio.

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Em 1978, aos 19 anos, Vaccari deixou a casa dos pais, produtores rurais em Lucélia, no interior de São Paulo, depois de passar em um concurso para escriturário no Banespa. Na primeira agência onde trabalhou, conheceu integrantes da resistência à ditadura, já em seus estertores, e passou a militar no movimento sindical.

Hoje, aos 55 anos, Vaccari coleciona cargos. Integra o conselho administrativo de Itaipu, é ex-presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, ex-presidente do Departamento de Estudos Intersindicais (Dieese), ex-integrante do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social e ex-vice presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT).

Avesso aos holofotes, Vaccari tornou-se figura pública em 2005, ao suceder a Delúbio Soares, condenado no mensalão, na tesouraria do PT. Ele foi levado pelo então presidente do partido, Ricardo Berzoini, seu antecessor no sindicato.

A principal função de Vaccari é administrar o orçamento milionário do partido -

R$ 127 milhões no ano passado - e garantir o funcionamento da máquina partidária. Outra tarefa é passar o chapéu entre possíveis doadores.

Só no ano passado, o PT recebeu R$ 79,7 milhões, grande parte de empreiteiras que têm contratos com governos petistas. Entre elas Odebrecht, Camargo Corrêa, UTC e Andrade Gutierrez, que, juntas, doaram R$ 21 milhões ao PT e foram citadas pelo ex-diretor da Petrobrás Paulo Roberto Costa como pagadoras de propinas por contratos com a estatal.

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Além disso, dizem petistas, Vaccari ajuda informalmente a arrecadar e pagar contas das campanhas de candidatos do PT a diversos cargos eletivos.

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