Sincância investiga viagem de senador

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Por Gustavo Uribe e BRASÍLIA
Atualização:

A direção do Senado abriu ontem sindicância para investigar viagem realizada no ano passado pelo senador Magno Malta (PR-ES) com recursos da Casa. De acordo com denúncias publicadas pelo jornal Correio Braziliense, o parlamentar e um assessor teriam passado quatro dias de folga em Dubai, nos Emirados Árabes, em viagem oficial autorizada apenas para a Índia. O senador, que presidia a CPI da Pedofilia na época, participava de evento na Índia de combate ao crime, entre os dias 3 e 6 de dezembro. Com autorização do Senado, ele e o assessor permaneceram oito dias na região, dos quais quatro em Dubai. Malta e o assessor teriam gasto R$ 7.250 cada um em diárias na cidade e R$ 4.000 em ligações com celulares corporativos. A sindicância é composta por três servidores do Senado. O site Congresso em Foco revelou ontem que pelo menos quatro senadores usaram cotas para viagens internacionais em benefício de parentes e pessoas que não os assessoram. Entre 25 de junho de 2007 e 13 de janeiro deste ano, gabinetes dos senadores Álvaro Dias (PSDB-PR), Geraldo Mesquita (PMDB-AC), Paulo Paim (PT-RS) e Osmar Dias (PDT-PR) emitiram 19 bilhetes para Buenos Aires (Argentina) e Montevidéu (Uruguai). Paim deu quatro bilhetes, no ano passado, para Washington Bonilla ir a Montevidéu visitar os pais. "Não gasto praticamente a minha cota. Tenho mais de R$ 100 mil de saldo, que vou devolver para o Senado", disse Paim. Álvaro Dias deu uma passagem para seu filho, Álvaro Dias Júnior, de ida e volta de Curitiba para Montevidéu. Também deu passagens para três pessoas irem a Buenos Aires para participar de um evento. "O uso é legal e moral", afirmou o senador. Osmar Dias beneficiou a filha, Rebeca, que foi em fevereiro para Buenos Aires. Assessores alegaram quo Senado, na época, permitia isso. Geraldo Mesquita viabilizou cinco viagens para Montevidéu para sua mulher. A assessoria do senador avisou que ele não comentaria o assunto.

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