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Sessão da CPI mista da Petrobrás é encerrada sem votar convocações

Presidente da comissão, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB) encerrou a reunião sob protestos de parlamentares da oposição por não ter colocado em votação os requerimentos para convocar Sérgio Machado e Renato Duque

Por Isadora Peron
Atualização:

Brasília - Sob os gritos de protesto de parlamentares da oposição, o presidente da CPI mista da Petrobrás, senador Vital do Rêgo, encerrou a reunião desta terça-feira, 11, sem colocar em votação os requerimentos para convocar o presidente licenciado da Transpetro, Sérgio Machado, e o ex-diretor de Serviços da estatal Renato Duque.

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Assim que a sessão começou, o peemedebista disse que não poderia votar os requerimentos porque o quórum mínimo de 17 integrantes não havia sido alcançado e determinou que a comissão passasse a ouvir o depoimento de Edmar Diniz de Figueiredo, gerente de contratos da Petrobrás.

Parlamentares da oposição pediram para que, após a oitiva, a CPI convocasse uma sessão extraordinária ainda nesta terça para que os requerimentos fossem votados, mas Vital do Rêgo encerrou a reunião sem levar o pedido em consideração alegando que os parlamentares precisavam participar das votações nos plenários da Câmara e do Senado.

Para afastar o mal-estar causado pela revelação de que membros da comissão haviam feito um acordo para não convocar políticos suspeitos de envolvimento no esquema na semana passada, a oposição veio à reunião desta terça disposta a fazer pressão para levar as investigações adiante.

Logo no início da reunião, o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) pediu a palavra para negar que tenha havido acordo e disse que o PSDB estava disposto a convocar todos os citados nos depoimentos da Operação Lava Jato, inclusive Leonardo Meirelles, laranja do doleiro Alberto Youssef que disse à Justiça que parlamentares tucanos também receberam propina do esquema.

Além de Meirelles, Sampaio defendeu que fossem votados os requerimentos de convocação de petistas, como o tesoureiro da sigla, João Vaccari Neto, a senadora Gleisi Hoffmann e o seu marido, o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo.

Quórum. Esvaziada por parlamentares da base aliada, que não compareceram à sessão, as votações dos requerimentos tiveram que ser adiadas para a próxima semana.

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A manobra foi criticada pelos presentes. O deputado Enio Bacci (PDT-RS) chegou a dizer que sofreu pressão para não comparecer à reunião. "Se na semana que vem eu não estiver aqui é porque resolveram me tirar da comissão porque eu vim aqui dar quórum e votar todos os requerimentos, doa a quem doer", relatou durante a reunião.

Sem citar nomes, Bacci afirmou que recebeu "7 ou 8 ligações" até a hora da sessão para que desistisse de participar da reunião da CPI.

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