Atualização às 15h34 de 1º de março de 2018
BRASÍLIA - O Departamento de Polícia Legislativa da Câmara e o Ministério Público Federal investigam um servidor da Câmara suspeito de ter desviado pelo menos R$ 5 milhões da Previdência dos deputados. De acordo com a assessoria de imprensa da Câmara, Leandro Cezar Vicentim foi afastado da função após as suspeitas e antigos colegas dizem que ele deixou o País.
O esquema, segundo a investigação, funcionava por meio de uma empresa aberta pelo funcionário com o mesmo nome do Plano de Seguridade Social dos Congressistas (PSSC). O servidor recolhia a contribuição dos parlamentares, que eram pagas em boleto bancário, mas o destino era uma conta da empresa, em vez de recolhido para o fundo previdenciário.
Os primeiros indícios de irregularidade surgiram em dezembro, quando o servidor estava em férias. Um funcionário abriu um envelope endereçado a Vicentim acreditando se tratar de algum assunto relacionado ao plano dos parlamentares. Ao abrir o documento, porém, se deparou com recibos no nome da empresa particular de nome PSSC.
Em 2 de fevereiro, Vicentim foi afastado e foi aberto um processo administrativo disciplinar, além de um inquérito policial, contra o funcionário. Na mesma época, a Secretaria de Controle Interno iniciou auditoria nas contas do plano parlamentar e suspeita que o rombo pode ser maior do que o previsto inicialmente.
Vicentim é servidor de carreira há cinco anos. Segundo funcionários da Casa, ele dominava todo o sistema de Previdência dos deputados.
DEFESA Vicentim negou nesta quinta-feira, 1, que tenha causado prejuízo à Câmara e afirmou que tinha o consentimento dos deputados para realizar investimentos paralelos ao PSSC. Por meio de seu advogado, Maurício Carneiro, o funcionário da Câmara informou que está voltando para o País nesta quinta, e disse que não cometeu “qualquer tipo de ilícito”.
Carneiro enfatizou que não há “qualquer tipo de ilícito” cometido por Vicentim, seja administrativo ou penal, e que tudo ocorreu com a “anuência das partes envolvidas”. De acordo com o advogado, os parlamentares tiveram “inclusive lucro” com os investimentos. “Não há qualquer tipo de prejuízo financeiro para a Câmara ou para o setor de Previdência da Casa ou tão pouco aos parlamentares”, disse o advogado. /COLABOROU ISADORA PERON