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Senador do PSDB cuidará também da política externa

Ideia de Temer é que Ministério das Relações Exteriores comandado por José Serra tenha um forte viés nos negócios

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Por Lu Aiko Otta
Atualização:

BRASÍLIA - O vice-presidente Michel Temer quer dar uma guinada na política externa brasileira, caso assuma a Presidência da República. Para isso, planeja escalar o senador José Serra (PSDB-SP) para comandar um Ministério das Relações Exteriores “empoderado” e com forte viés nos negócios. O tucano será uma ponte entre o Planalto e o empresariado.

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O desenho sobre a mesa de Temer prevê o desmonte do que hoje é o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. A parte comercial irá para o Itamaraty e outra fatia importante, o comando do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), para o Ministério do Planejamento, que deverá ser comandado pelo senador Romero Jucá (PMDB-RR).

A avaliação na equipe de Temer é de que a política comercial brasileira esteve equivocada durante a gestão petista, ao priorizar as relações Sul-Sul (com países emergentes) e dar muito peso ao Mercosul. Isso teria impedido o País de avançar em acordos com os centros mais dinâmicos da economia mundial.

Serra deverá priorizar a busca de acordos com os principais mercados consumidores do mundo, como Estados Unidos, Europa e países asiáticos como Japão e Coreia do Sul. Com isso, o governo Temer pretende incrementar a exportação de produtos de maior valor agregado para trazer impactos positivos sobre a atividade industrial.

Livre comércio. O senador é um antigo crítico da forma como o Mercosul está implantado. Hoje, existe um compromisso pelo qual o bloco não pode negociar acordos comerciais que envolvam concessões em tarifas de comércio sem a concordância de todos os sócios (Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai). O que Serra defendeu quando foi candidato à Presidência, em 2010, era fazer do Mercosul uma zona de livre comércio – um estágio anterior à união aduaneira existente hoje. Nela, os países membros têm um comércio privilegiado entre si, com a eliminação de tarifas aduaneiras. Não há, porém, uma tarifa externa comum. Isso abriria o caminho para o Brasil negociar individualmente e não em bloco. / L.A.O.

Essa redução de status do Mercosul foi defendida durante a última campanha presidencial pelos candidatos Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB), por exemplo.