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Senador da base acusa CPI da JBS de ser 'chapa branca' e deixa colegiado

Presidente da comissão escolheu Carlos Marun (PMDB-MS), da troca-de-choque de Temer, para a relatoria

Por Thiago Faria
Atualização:

BRASÍLIA - A escolha do deputado Carlos Marun (PMDB-MS) para ser o relator da CPI mista da JBS, nesta terça-feira, 12, provocou uma nova baixa na comissão. O senador Otto Alencar (PSD-BA), que faz parte da base aliada, acusou o colegiado de ser "chapa branca" e deixou a reunião irritado. Na saída, inclusive, bateu a porta da sala. Marun é um dos principais integrantes da tropa de choque de Michel Temer no Congresso e seu nome enfrenta resistência. Parlamentares afirmam que a intenção do Planalto ao colocar Marun na função é usar a CPMI para atacar os delatores da JBS e o procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Temer é o principal alvo da delação da JBS.

O senador Otto Alencar Foto: Divulgação

"Essa CPI é chapa branca para fazer o que o Palácio do Planalto quer. Estou envergonhado pelo senhor ter ido ao Palácio e ter indicado o maior representante do governo aqui", afirmou Alencar ao presidente da comissão, senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO), que se encontrou com Temer no fim de semana no Palácio do Jaburu. O senador tucano, no entanto, negou que o assunto tratado tenha sido a CPI. A saída de Alencar da comissão é a segunda baixa na comissão. O senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES) também havia deixado a CPI mais cedo por causa da escolha de Marun. "Esta comissão não pode ser ajuste de contas. Isto deforma o sentido da investigação", disse Ferraço ao justificar a saída. Na pauta da reunião desta terça-feira da CPI estão a convocação dos delatores da JBS, além do ex-procurador Marcello Miller, suspeito de ter orientado o acordo de delação enquanto ainda atuava na Procuradoria-Geral da República.

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