'Se for presidente, essa porcaria será revogada', diz Ciro sobre reforma trabalhista

Presidenciável do PDT também defendeu a necessidade de revisão do sistema tributário brasileiro

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Por Clarissa Oliveira
Atualização:

SÃO PAULO - O pré-candidato do PDT à Presidência Ciro Gomes defendeu novamente a realização de reformas estruturais no Brasil em um evento com empresários nesta terça-feira, 29, em São Paulo. Mantendo o tom crítico em relação à maneira como o governo de Michel Temer conduziu a articulação de reformas, Ciro defendeu que seja levado em consideração o "dinheiro político". O presidenciável disse ainda que, caso seja eleito, revogaria a reforma trabalhista aprovada pelo atual presidente.

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"Temos que acabar com a ficção do financiamento individual das campanhas", disse, ressaltando também a necessidade de haver um "controle social sobre o exercício dos mandatos". Ciro voltou também a criticar a reforma trabalhista. "Se eu for presidente, essa porcaria será revogada", emendou.

Ciro Gomes, pré-candidato do PDT à Presidência Foto: Fabio Motta/Estadão

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O ex-ministro, que participou de almoço-palestra organizado pela Eurocâmaras e pelo Club Transatlântico, voltou a defender uma revisão do sistema tributário brasileiro. Sugeriu, por exemplo, a criação de um Imposto sobre Valor Agregado nacional. Sobre a reforma da Previdência, engatou: "A Previdência Social brasileira não é reformável", disse, acrescentando que o atual sistema "morreu" e que a reforma proposta pela equipe de Temer é "absolutamente impraticável".

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Apesar das críticas ao governo, Ciro evitou ataques diretos ao presidente Michel Temer na palestra. Na madrugada de segunda, 28, ao participar do programa Roda Viva, da TV Cultura, ele havia endurecido o discurso contra Temer, ao se referir ao presidente como um "escroque que usurpou a Presidência".

Ciro abriu o discurso defendendo que "o Brasil precisa mudar". Citou dados de desemprego, criticou a alta informalidade do mercado de trabalho, queixou-se da inflação e da aposta em commodities para recuperar o crescimento. "Estamos esterilizando a indústria", afirmou.

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Ele acrescentou que o Brasil se vê impedido de se desenvolver por conta do déficit fiscal. "O Brasil neste instante está impedido de crescer", disse Ciro, que logo antes já havia ressaltado que desde os anos 80 o Brasil cresce 2% ao ano em média, enquanto a população cresce 1,7%. "O Brasil está praticamente estagnado", disse. 

Ciro também voltou a se queixar dos bancos e da concentração da lucratividade de instituições privadas. "Temos nos bancos o mesmo problema da Petrobrás. Por que o Banco do Brasil tem que estar no oligopólio dos bancos? Por que a Caixa Econômica Federal tem que estar no oligopólio dos bancos?", questionou. 

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