Sarney Filho diz que é 'mera coincidência' cerimônia ocorrer em dia de votação do impeachment

Para o ministro do Meio Ambiente, a solenidade que anunciou a continuidade do projeto de revitalização do Rio São Francisco não tem relação nenhuma com a importante votação que definirá o futuro da presidente afastada Dilma Rousseff

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Por Carla Araujo e Tania Monteiro
Atualização:
Sarney Filho, ministro do Meio Ambiente Foto: Antônio Cruz|Agência Brasil

BRASÍLIA – A realização de uma cerimônia para anunciar a continuidade do projeto de Revitalização do São Francisco e o afago do presidente em exercício, Michel Temer, a senadores tidos como indecisos sobre o voto que dá continuidade no processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff, foi visto como “mera coincidência” pelo ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho.

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“Eu diria que não tem relação nenhuma com a votação do impeachment esta semana. Desde a primeira semana do novo governo, tem de se feito reuniões, tanto aqui no Palácio quanto nos ministérios a respeito da revitalização do Rio São Francisco”, disse. “Foi uma mera coincidência o acontecimento aqui hoje estar sendo às vésperas de uma votação importante no Senado. Não existe nenhum vinculo programado, nada, é mera coincidência”, reforçou. 

Segundo Sarney Filho a presença de senadores no evento faz sentido pelo assunto ser importante para a região Nordeste. “O fato de acontecer aqui uma solenidade que diz respeito ao Nordeste e senadores virem é uma consequência lógica do assunto”, disse.

O ministro da Integração Nacional, Helder Barbalho, o governo tem “pressa” e precisa “agir o quanto antes”. “Sabemos que estas medidas deveriam ter sido feitas antes da transposição, já concluímos 90% das obras”, afirmou, ressaltando que a política da revitalização pode dar tranquilidade “a médio prazo” para que o rio possa servir o Brasil. 

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que tem evitado se posicionar deixou o Congresso e veio até a cerimônia, numa demonstração de alinhamento com Temer. Ele evitou responder sobre seu posicionamento na sessão de votação. “Na política nunca é recomendável você pré-dizer o que vai acontecer”, afirmou. 

Além de Renan, os senadores que ainda não manifestaram seu voto, Otto Alencar (PSD-BA) e Antonio Carlos Valadares (PSB-SE), estavam na cerimônia. Otto, inclusive fez um discurso de quase 15 minutos e recebeu afagos de Temer em seu discurso.

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