PUBLICIDADE

‘Rolezeiros’ se filiam a entidade ligada ao PC do B

Líder dos jovens que se reúnem em shoppings da capital paulista fica surpreso ao saber que União da Juventude Socialista tem ligação partidária

Foto do author Pedro  Venceslau
Por Pedro Venceslau
Atualização:

São Paulo - A polêmica em torno dos "rolezinhos" de jovens da periferia em shoppings de São Paulo começa a ganhar contornos partidários. Três dos principais organizadores dos encontros combinados pela internet que dividiram a opinião pública se filiaram na quarta-feira, 29, à União da Juventude Socialista (UJS), entidade que representa a juventude do PC do B e dirige a União Nacional dos Estudantes (UNE). A ponte entre os jovens e a organização, que foi fundada em 1984 pelo então líder estudantil Aldo Rebelo, atual ministro dos Esportes, foi feita pelo secretário de Igualdade Racial da prefeitura paulistana, Netinho de Paula, que integra o partido. Ele foi escalado pelo prefeito Fernando Haddad (PT) para negociar um acordo entre os "rolezeiros" e os comerciantes que reclamam do movimento. A filiação do trio ocorreu durante o seminário nacional de formação política da UJS. Também participaram do evento os ex-ministros Luiz Dulci e Orlando Silva, e Renato Rabelo, presidente nacional do PC do B. "A aproximação com eles reforça nossa atuação na periferia", afirmou Camila Lima, presidente da UJS paulistana.Apesar do entusiasmo da UJS, o principal líder dos "rolezeiros" demonstrou espanto ao ser informado pelo Estado que a entidade a qual se filiou é ligada a um partido político. "Eu não sabia que era um grupo político. Eles disseram que a UJS é um grupo de amigos e que ela não tem nada a ver com partido. Se tiver, eu vou me afastar", disse o estudante Vinicius Andrade, de 17 anos, morador do Capão Redondo, zona sul de São Paulo. Com quase cem mil seguidores no Facebook, ele afirma que os polêmicos encontros não têm o objetivo de fazer uma denúncia social. "Nosso objetivo é curtir, tirar umas fotos e dar uns beijos. Não queremos saber de política. A gente não queria essa polêmica toda", disse Vinicius.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.