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'Revisão será efeito colateral da CPMI', diz Marun

Relator da CPMI da JBS, o deputado federal Carlos Marun (PMDB-MS) diz, em entrevista ao 'Estado', que as muitas suspeitas de ilegalidade no acordo assinado com a empresa serão investigadas e, a partir daí, pode-se propor medidas que aprimorem o instituto da delação

Por Thiago Faria e Renan Truffi
Atualização:
O deputado Carlos Marun (PMDB-MS) Foto: Alex Ferreira/Câmara dos Deputados

Como a CPMI pode tratar das regras das delações premiadas? Não quero antecipar uma situação como essa para evitar a crítica de que a CPMI só existe para rever delações, mas, em sendo comprovado que o instituto da colaboração premiada é vulnerável a situações como a de um bandido livre e superbeneficiado, acho que então deve ser aprimorado. Nesse caso da JBS, eu vejo como principal problema a falta de transparência. Acho até a falta de transparência e o excesso de poder os principais problemas das delações. Isso é o que levou a esse acontecimento (rescisão do acordo). 

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O senhor pretende colocar essas propostas em seu relatório final da CPMI? Meu relatório pode propor alterações na lei, mas ainda não tenho a condição de dizer se será propondo um projeto ou apenas recomendações aos órgãos competentes. Na verdade, no início, quando ajudei a coletar assinaturas para a CPMI, eu queria provar o que já está provado: que havia uma relação não republicana entre membros da Procuradoria-Geral da República e a JBS, o que transformava esse caso em uma armação.

Então, após a rescisão do contrato, a CPMI perdeu o sentido? Não acho. Agora precisamos saber a verdade. Cada um tem a sua verdade. A gente tem muitas suspeitas de ilegalidade no acordo assinado com a JBS. Então, essa CPMI pode chegar a uma conclusão e descobrir se essas suspeitas são só suspeitas ou se são verdades. A partir daí, pode-se propor medidas que aprimorem o instituto da delação e não nos deixem vulneráveis a situações como essa. Será um efeito colateral da CPMI. 

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