Renan afirma que MP age 'com vingança' contra o Senado

Presidente da Casa minimizou conteúdo de delações premiadas e disse que projeto de abuso de autoridade será votado ainda nesta semana

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Por Isabela Bonfim e Eduardo Rodrigues
Atualização:
Renan Calheiros, presidente do Senado. Foto: Dida Sampaio/Estadão Foto:

BRASÍLIA - O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), foi categórico na manhã desta terça-feira, 13, ao dizer que o projeto que atualiza a lei de abuso de autoridade deve ser votado nesta semana.

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"O projeto de abuso de autoridade está na pauta. Eu pretendo votar todos os itens que foram indicados pelos líderes para compor a agenda de fim de ano", afirmou. Ele explicou que o Senado terá sessões de votação nesta terça, quarta e quinta-feiras e que pretende limpar a pauta. 

Após os incidentes das últimas semanas, em que senadores tentaram agilizar a votação do pacote anticorrupção da Câmara, e do afastamento liminar de Renan da presidência do Senado, alguns parlamentares assinaram um requerimento pedindo que a urgência do projeto de abuso de autoridade fosse retirada e a proposta dirigida à Comissão de Constituição e Justiça. Entretanto, o requerimento nunca foi colocado em votação por Renan.

Além da votação da PEC do Teto, projeto principal do dia, ele também pretende votar o projeto que trata da securitização de dívidas, o fim da reeleição para cargos executivos, a reforma da lei de licitações, a regulamentação dos jogos de azar e as propostas enviadas pela Comissão Extrateto, que analisa salários acima do teto constitucional. 

Delações. Sobre as citações de um dos prováveis indicados pelo partido, o senador Eunício Oliveira (CE), por executivos da Odebrecht, Renan criticou o vazamento do conteúdo das delações. "Existem citações e citações. Você tem citação que não tem nem acusador, que o delator diz que interpretou algo. É preciso separar o joio do trigo", completou.

O presidente do Senado também minimizou a denúncia oferecida pelo Ministério Público ontem contra ele e afirmou que o órgão age com vingança contra o Senado.

"O Ministério Público infelizmente passou a fazer política. Quando você faz política, você perde a condição de ser o fiscal da lei. Essas denúncias são apressadas, feitas nas coxas, e demonstram o caráter de vingança do Ministério Público, porque o Senado recusou três nomes que hoje compõem a Força Tarefa", afirmou. Renan comparou a Operação Lava Jato à Operação Mãos Limpas na Itália que, segundo ele, teria perdido força por ter condenado inocentes. 

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Especificamente sobre a denúncia oferecida ontem contra ele mesmo, Renan afirmou que será arquivada. De acordo com o peemedebista, ele nunca cometeu qualquer irregularidade. "A primeira já havia sido arquivada por falta de provas. Essa denúncia deriva da primeira. Não há sequer acusador, a empresa negou que tenha feito doação, o deputado negou que tenha falado em meu nome", disse.

Eleição no Senado. Renan disse que a bancada peemedebista irá se reunir apenas em janeiro para deliberar sobre a indicação do partido para a eleição à presidência da Casa, marcada para 1º de fevereiro. "Vamos ouvir os senadores, um por um, para escolhermos o indicado. O PMDB conquistou nas urnas, por ter a maior bancada, o direito de indicar o presidente do Senado", afirmou.

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