Desde que a Operação Lava Jato foi deflagrada pela Polícia Federal, em 17 de março deste ano, foram muitas as revelações de delatores, testemunhas e investigadores. A semana passada, no entanto, concentrou fatos relevantes e trouxe novas reviravoltas ao caso: houve acontecimentos políticos e jurídicos ligados a quase todos os aspectos que envolvem a apuração do esquema de corrupção e desvios na Petrobrás.
O procurador-geral da República deu declarações contundentes contra todos, inclusive a atual direção da Petrobrás. Um deputado federal foi cassado pelos colegas em plenário. Uma CPI, concluída. A primeira ação criminal envolvendo empreiteiros – algo raro no Brasil – foi apresentada e aceita pela Justiça. Por fim, uma funcionária da estatal resolveu revelar trocas de e-mails que aproximam o escândalo da atual presidente da estatal, Graça Foster.
Veja um resumo do que de mais importante aconteceu nos últimos dias sobre a operação que está abalando o meio político e vem colocando nas cordas a maior empresa do País.
Procurador vai à guerra
Em evento em Brasília no Dia de Combate à Corrupção, na terça-feira, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, criticou a corrupção na Petrobrás e pediu a troca da atual diretoria. “O País se vê convulsionado por um escândalo que produz chagas que corroem a probidade da Nação”, discursou.
Deputado é cassado
Ex-petista, o deputado André Vargas teve o mandato cassado na quarta-feira por sua relação com o doleiro Alberto Youssef – foi o 1.º parlamentar a perder mandato por suspeita de envolvimento no caso investigado na Lava Jato. Segundo ele, seu caso é “insignificante” perto dos “crimes da Petrobrás”.
CPI sem indiciados
Após 7 meses de trabalho, o relator da CPI Mista da Petrobrás, Marco Maia (PT), apresentou na quarta-feira seu relatório. Com quase mil páginas, o documento não propõe indiciamento nem de políticos nem de empreiteiros citados na Lava Jato – apenas “recomenda o aprofundamento das investigações”.
Ação contra empreiteiros
A Procuradoria apresentou na quinta-feira denúncia formal contra 36 investigados na Lava Jato, dos quais 25 executivos e funcionários ligados a seis das maiores empreiteiras do País. O procurador Deltan Dallagnol detalhou o esquema de desvios na estatal, tratada como vítima pelos investigadores.
Os alertas da ex-gerente
Ex-gerente de Abastecimento da Petrobrás, Venina Fonseca diz que alertou o atual comando da estatal sobre irregularidades – a informação foi revelada na sexta-feira. Os alertas, disse, foram sobre contratos da área de Abastecimento, Abreu e Lima e operações no exterior.